Ibovespa fecha em queda com perdas nos mercados internacionais; Bradesco sobe

Sentimento de aversão ao risco tomou conta dos mercados e derrubou índices mundo afora; no Brasil, alta do Bradesco compensa as baixas

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em queda de 0,46%, aos 125.270 pontos, nesta segunda-feira (5), em uma sessão de aversão ao risco nos mercados internacionais, o que derrubou os índices mundo afora.

Em Nova York, o Nasdaq Composite caiu 3,38% e o S&P 500 recuou 3,00%, influenciados pela preocupação de investidores com uma desaceleração mais forte da economia americana.

O dólar (USDBRL) cedia 0,09% e operava a R$ 5,72 ao final do pregão da B3.

A perspectiva de menor demanda afetou os preços de commodities, causando perdas para ações do setor no Ibovespa.

A Vale (VALE3) recuou 0,71%, a R$ 57,22, enquanto a Prio (PRIO3) fechou com baixa de 1,95%, a R$ 45,11. A duas empresas foram as principais contribuições negativas em volume para o índice.

Já os papéis preferenciais da Petrobras (PETR3; PETR4) tiveram desempenho positivo, com alta R$ 0,53%, e fecharam a R$ 35,92.

A CVC (CVC3), a Eztec (EZTC3), a Energisa (ENGI11), a Alpargatas (ALPA4) e a Ultrapar (UGPA3) ficaram entre as maiores baixas do dia.

As perdas foram compensadas pelo avanço das ações do Bradesco (BBDC4), que encerraram em alta de 7,50%, a R$ 13,60. O banco brasileiro reportou nesta segunda-feira resultados financeiros do segundo trimestre, que superaram as estimativas de analistas.

Entre abril e junho, o lucro líquido recorrente totalizou R$ 4,72 bilhões, um crescimento de 12% e de 4,4% nos comparativos trimestral e anual, respectivamente. Considerando o resultado total do primeiro semestre, o Bradesco lucrou R$ 8,9 bilhões, um aumento de 1,5% em relação a igual período do ano passado.

O JPMorgan, por exemplo, esperava R$ 4,3 bilhões, enquanto o Santander apontava uma expectativa de R$ 4,2 billhões.

Destaque também para o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que subiu 14,23%, a R$ 3,05, e foi a maior alta do Ibovespa. A companhia divulga o balanço do segundo trimestre esta terça-feira (6) após o fechamento.

Os papéis da Raia Drogasil (RADL3) e da Hypera (HYPE3) subiram e ficaram entre as maiores altas do dia.

Na agenda do dia, o relatório Focus, do Banco Central, voltou a apresentar uma revisão para cima nas projeções para a inflação e para o crescimento da economia brasileira.

A expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 4,10% para 4,12%, enquanto as estimativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foram para 2,20%, ante 2,19% no levantamento anterior.

Para 2025, a projeção dos economistas do BC é de crescimento de 1,92% da atividade brasileira, abaixo da expansão de 1,94% esperada na semana anterior.

Estados Unidos

No exterior, a volatilidade afetou os mercados de ações à medida que a preocupação com uma recessão econômica nos EUA — vista em grande parte como prematura — alimentou a visão de que o forte rali dos índices de Nova York deste ano foi longe demais.

De Nova York a Londres e Tóquio, os índices foram castigados. O S&P 500 sofreu a maior queda em cerca de dois anos. O Nasdaq 100, focado em tecnologia, teve seu pior início de mês desde 2008. O “índice do medo” de Wall Street — o VIX — registrou seu maior pico em dados desde 1990.

Os títulos do Tesouro perderam força após uma alta que levou os rendimentos de dois anos — sensíveis à política monetária — a cair abaixo dos títulos de 10 anos pela primeira vez em dois anos.

Os investidores apostam que a economia está prestes a se deteriorar tão rapidamente que o Fed precisará começar a flexibilizar a taxa de juros agressivamente.

A reprecificação foi tão acentuada que o mercado de juros chegou a atribuir a chance de 60% de uma redução de emergência pelo Fed na próxima semana. Essas probabilidades diminuíram posteriormente.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos caíram dois pontos base para 3,77%. O dólar caiu à medida que a perspectiva de flexibilização do Fed diminuiu seu apelo. O bitcoin caiu cerca de 10%.

-- Com informações da Bloomberg News