Ibovespa fecha em queda com perdas da Petrobras e de varejistas; dólar cai a R$ 5,62

Queda do preço do petróleo pesou sobre as ações de petroleiras; já as varejistas caíram com o aumento das expectativas de inflação, o que influencia a taxa de juros

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em queda de 0,42%, aos 126.954 pontos, nesta segunda-feira (29), em um movimento influenciado principalmente pelo recuo das ações da Petrobras (PETR3; PETR4), assim como pelas perdas de varejistas.

A queda do preço do petróleo no mercado internacional pesou sobre as petroleiras. As ações preferenciais da Petrobras e os papéis da Prio (PRIO3) ficaram entre as maiores contribuições negativas em volume. A exceção foi a 3R (RRRP3), que fechou em alta. A Petrobras divulga nesta segunda o relatório de produção da companhia após o fechamento do mercado.

O dólar (USDBRL) cedia 0,65% e era negociado a R$ 5,62 ao final do pregão do Ibovespa.

Investidores também repercutiram nesta segunda projeções mais elevadas para a inflação em uma semana de decisão de juros no Brasil e nos Estados Unidos. O relatório Focus, do Banco Central, mostrou uma revisão para cima nas estimativas para a inflação e para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e no próximo.

Os economistas consultados pela autoridade monetária projetam alta de 4,10% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano, acima dos 4,05% estimados na semana passada. Para 2025, as projeções subiram de 3,90% para 3,96%.

Já com relação ao PIB, as expectativas apontam para expansão de 2,19% da atividade este ano e de 1,94% em 2025, acima do crescimento de 2,15% e de 1,93%, respectivamente, esperado anteriormente.

Para os demais indicadores, as estimativas se mantiveram: Selic de 10,50% e câmbio de R$ 5,30 em dezembro deste ano.

As decisões de política monetária no Brasil, nos EUA, no Japão e no Reino Unido estarão sob os holofotes nos próximos dias. Os investidores buscam respostas sobre o caminho de curto prazo das taxas de juros, após os mercados terem sido abalados por sinais conflitantes das principais economias.

O Magazine Luiza (MGLU) liderou as perdas, seguida de Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), LWSA (LWSA3) - antiga Locaweb -, Vamos (VAMO3) e Usiminas (USIM5).

Entre as altas, destaque para o Itaú Unibanco (ITUB4), que subiu 0,99%, a R$ 34,57, e foi uma das principais contribuições positivas. A Vale (VALE3) avançou 0,16%, a R$ 61,57. Já a Klabin (KLBN11), a Suzano (SUZB3), a JBS (JBSS3) e a Cemig (CMIG4) lideraram os ganhos no dia.

Estados Unidos

Em Nova York, os principais índices de ações fecharam perto da estabilidade, enquanto investidores aguardam as decisões de bancos centrais nesta semana, além da divulgação de dados econômicos importantes e resultados financeiros de gigantes da tecnologia, incluindo Apple (AAPL), Amazon (AMZN), Microsoft (MSFT) e Meta (META) nesta semana.

Os diretores do Federal Reserve, que mantiveram a taxa de juros no maior nível em mais de duas décadas por um ano inteiro, devem manter a taxa de referência no mesmo patamar quando se reunirem na quarta-feira. Mas os investidores avaliam que o Fed pode dar sinais sobre um possível corte em setembro, à medida que cresce o risco de a política monetária restritiva prejudicar o mercado de trabalho.

As decisões sobre taxas no Japão e no Reino Unido também serão acompanhadas de perto — a primeira por um aumento, a última por um corte.

-- Com informações da Bloomberg News