Ibovespa fecha em queda após frustração com a falta de novos estímulos da China

Investidores esperavam a divulgação de novas medidas de Pequim, o que não ocorreu; ações de commodities e metais foram as mais prejudicadas

After Hours
08 de Outubro, 2024 | 05:59 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) caiu ao menor nível de fechamento em duas semanas, depois que a China frustrou expectativas de investidores sobre novas medidas de estímulos à economia, o que prejudicou ações ligadas a commodities e metais.

O principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,38%, aos 131.512 pontos, depois de recuar até 130.371 pontos nas mínimas do dia. O dólar (USDBRL), por sua vez, subiu 0,75% e fechou cotado a R$ 5,53.

Os investidores também repercutiram a sabatina de Gabriel Galípolo nesta terça-feira (8) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

O atual diretor de política monetária do Banco Central, indicado por Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da autarquia, disse aos parlamentares que as estimativas de inflação acima da meta são preocupantes para o BC, e há necessidade de mais cautela na política monetária.

PUBLICIDADE

As previsões de crescimento econômico do Brasil têm sido sistematicamente revisadas para cima, em parte devido aos gastos do governo, ele afirmou.

Galípolo disse ainda que o BC não deve ter uma noção “elástica” de sua meta de 3%, já que sua faixa de tolerância não foi criada para reduzir os esforços da política monetária.

Ele foi aprovado por unanimidade pelos 26 senadores da comissão pouco antes das 15h. A nomeação segue agora para a votação em plenário.

O desempenho do Ibovespa foi afetado principalmente pela Vale (VALE3). As ações da mineradora caíram 3,03% e foram a principal contribuição negativa em volume.

A Petrobras (PETR3; PETR4) também recuou, com as ações preferenciais cedendo 2,01% e as ordinárias, 2,16%. A Prio (PRIO3) caiu 3,12% e ficou entre as maiores quedas, assim como a CSN (CSNA3), a Usiminas (USIM5) e a CSN Mineração (CMIN3), além da Braskem (BRKM5).

Na ponta positiva, destaque para a Azul (AZUL4), que avançou 7,48% e ficou entre as maiores altas do dia. A empresa informou ao mercado na noite de segunda-feira ter fechado um acordo com arrendadores de aeronaves e fabricantes de equipamentos para reduzir os passivos da companhia aérea.

O acordo reduzirá em R$ 3 bilhões o tamanho atual da dívida, em troca de 100 milhões de novas ações preferenciais, disse a Azul. A dívida líquida estava em R$ 24,6 bilhões ao fim do segundo trimestre.

PUBLICIDADE

O setor financeiro ajudou a reduzir as perdas do Ibovespa. As ações do Itaú Unibanco (ITUB4) avançaram 0,60% e foram a principal contribuição positiva, seguidas dos papéis da B3 (B3SA3), que subiram 1,42%.

Estados Unidos

Em Nova York, as maiores empresas de tecnologia do mundo impulsionaram as ações para cima, com o mercado se recuperando de sua pior sessão em um mês. A queda nos títulos do Tesouro diminuiu à medida que as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve se estabilizaram.

As ações fecharam perto de suas máximas históricas, com o S&P 500 subindo 1%. As fabricantes de chips lideraram os ganhos na terça-feira, com a Nvidia estendendo uma sequência de cinco dias de alta para 14%. Um índice da Bloomberg das chamadas “Magnificent Seven” subiu 1,7%. O índice de volatilidade favorito de Wall Street — o VIX — caiu do seu nível mais alto desde agosto.

Os traders também analisaram os comentários de autoridades dos EUA, com a governadora do Fed Adriana Kugler dizendo que o banco central deve manter o foco em trazer a inflação de volta à sua meta de 2%, embora com uma “abordagem equilibrada” que evite uma desaceleração “indesejável” no crescimento do emprego e da economia.

Embora os riscos para a inflação tenham diminuído, as ameaças ao mercado de trabalho aumentaram, embora a economia ainda esteja forte, observou Raphael Bostic, presidente do Federal Reserve de Atlanta.

-- Com informações de Bloomberg News.