Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 1,52%, aos 130.615 pontos, nesta sexta-feira (9), influenciado por mais um dia de recuperação dos mercados globais e pela divulgação de resultados trimestrais que impulsionaram os ativos. É o maior patamar de fechamento do Ibovespa desde janeiro.
Com o resultado, o índice encerrou a semana com ganho acumulado de 3,69%, depois de três semanas de perdas. É o maior avanço semanal desde novembro do ano passado.
O dólar (USDBRL) cedia 0,79% e operava a R$ 5,50 ao fim do pregão na B3.
Investidores reagiram ainda a declarações do diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo, que indicaram uma maior preocupação com o risco de alta da inflação.
As falas ajudaram a reforçar a credibilidade do BC no momento em que o diretor de política monetária é um dos cotados para substituir Roberto Campos Neto na presidência da autarquia a partir de 2025.
Galípolo disse em um evento na quinta-feira (8) que a faixa de tolerância da meta de inflação – mais ou menos 1,5 ponto percentual – não tem como objetivo reduzir o esforço do BC para atingir a meta de 3% e que o cenário atual exige maior vigilância.
Entre os ativos, a Sabesp (SBSP3) subiu 5,05%, a R$ 97,33, depois de a empresa informar os resultados do segundo trimestre na véspera, que compreende o último período antes da recente privatização da empresa.
A companhia de saneamento registrou lucro líquido de R$ 1,21 bilhão, com alta de 62,6% sobre o mesmo período do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 35,5%, para R$ 2,97 bilhões. Os resultados ficaram acima das expectativas de analistas.
A Suzano (SUZB) subiu 1,67%, a R$ 54,50, e ficou entre as maiores contribuições positivas em volume apesar do prejuízo registrado no segundo trimestre.
A empresa registrou um prejuízo de R$ 3,77 bilhões nos três meses encerrados em junho, em comparação com um lucro de R$ 5,1 bilhões no ano anterior. A estimativa média dos analistas consultados pela Bloomberg era de um lucro de R$ 2,13 bilhões. Esse é o maior prejuízo trimestral da empresa em um período semelhante, de acordo com dados que remontam a 1998.
Em entrevista à Bloomberg News, diretor financeiro Marcelo Bacci disse que a empresa espera se beneficiar do real mais fraco, já que a desvalorização aumentou o tamanho da dívida externa da empresa e corroeu o valor justo dos derivativos.
A moeda mais fraca está elevando a receita das vendas de celulose feitas em dólares, disse Bacci, enquanto a maioria das perdas relatadas se deve à contabilidade.
Entre os bancos, o Itaú Unibanco (ITUB4) avançou 2,70%, a R$ 34,56, e contribuiu para o desempenho positivo do índice. Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3), Santander Brasil (SANB11) e BTG Pactual (BPAC11) também subiram.
A Vale (VALE3) fechou em alta de 0,36%, a R$ 57,06.
O destaque negativo foi a Petrobras (PETR3; PETR4), após a divulgação de um prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões no período de abril a junho, revertendo resultado positivo de R$ 28,7 bilhões no mesmo trimestre do ano passado.
Os papéis preferenciais da empresa perderam 0,92%, e fecharam a R$ 36,51.
Na agenda do dia, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 0,38% em julho, de 0,21% em junho, acima do esperado pelo mercado.
No ano, o IPCA tem alta de 2,87%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 4,50%, acima dos 4,23% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Estimativa mediana em pesquisa da Bloomberg com economistas apontava para alta de 0,35% na comparação mensal e de 4,47% em relação a julho de 2023.
Estados Unidos
Em Nova York, os índices fecharam em alta, encerrando uma semana turbulenta nos mercados globais. Após altos e baixos — incluindo uma onda vendedora na segunda-feira — o S&P 500 quase apagou suas perdas na semana. Quase todos os principais grupos registraram ganhos em uma sessão de volume de negociação fraco.
O S&P 500 subiu 0,5%, mas fechou em baixa pela quarta semana consecutiva — sua mais longa sequência de perdas desde setembro de 2023.
Após precificar cortes agressivos do Fed nesta semana, os traders reduziram as apostas para cerca de 100 pontos base de alívio para o ano. A maioria dos economistas pesquisados pela Bloomberg prevê apenas uma redução de 0,25% de ponto em setembro. Isso contrasta com as previsões de alguns grandes bancos para um corte maior.
-- Com informações da Bloomberg News