Ibovespa fecha em alta com Sabesp, Equatorial e commodities; dólar avança a R$ 5,66

Moeda americana voltou a ter forte valorização com preocupações com a política fiscal e fortalecimento no mercado internacional; Vale e Petrobras também subiram

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) iniciou o segundo semestre em alta e fechou a sessão com ganhos de 0,65%, aos 124.718 pontos. O desempenho foi influenciado principalmente pelo avanço das ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3; PETR4), beneficiadas pela alta dos preços do minério de ferro e do petróleo.

Os papéis da Sabesp (SBSP3) e da Equatorial (EQTL3) também ficaram entre as principais contribuições positivas, influenciadas pelo processo de privatização da companhia de saneamento paulista. A Equatorial foi a única a apresentar proposta para se tornar acionista âncora da oferta e adquirir 15% de participação.

O BTG Pactual (BPAC11) incluiu as ações da empresa na sua carteira 10SIM, citando o potencial de ganho para a empresa com a privatização. “A oferta será precificada em julho e, se for bem-sucedida, deverá representar um investimento bastante gerador de valor para a empresa, além de abrir uma importante avenida de crescimento no segmento de saneamento”, afirmaram os analistas do banco.

Entre os bancos, os papéis do BTG Pactual avançaram 0,94% e ficaram entre as maiores contribuições para o Ibovespa, na contramão dos demais bancos. O Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 0,48% e o Bradesco (BBDC4) recuou 0,89%. O Banco do Brasil (BBAS3) e o Santander Brasil (SANB11) tiveram perdas de 1,31% e 0,36%, respectivamente.

Fora do índice, a Zamp (ZAMP3), que opera as redes Burger King e Popeyes no Brasil, fechou em queda de 2,41% depois de a empresa afirmar em comunicado ao mercado que avalia a oportunidade de desenvolvimento da marca Subway no Brasil. O comunicado veio após reportagens na mídia afirmando sobre negociações em andamento para a compra.

O movimento vem após a aquisição, em junho, das operações da Starbucks no país, em uma estratégia da Mubadala Capital, gestora subsidiária do Mabadala Investment Company, um fundo soberano de Abu Dhabi, de transformar a Zamp em uma “house of brands”.

O dólar (USDBRL) seguiu em trajetória de alta, refletindo as preocupações com a política fiscal e um fortalecimento da moeda americana no mercado internacional. A divisa subia 1,14% e era cotada a R$ 5,66 no fim do pregão.

Nesta segunda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar que não pretende alterar o cálculo do reajuste do salário mínimo, que atualmente acompanha a inflação e a variação do Produto Interno Bruto (PIB). A política é uma das fontes de pressão sobre o crescimento das despesas do governo.

Divulgado mais cedo, o relatório Focus, do Banco Central, mostrou nova revisão para cima nas projeções para a inflação. As estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 subiram pela oitava semana, de 3,98% para 4,00%. Já para 2025, foram elevadas de 3,85% para 3,87%, no nono aumento consecutivo.

O mercado também vê uma valorização do dólar, com câmbio estimado em R$ 5,20 em dezembro, acima dos R$ 5,15 previstos anteriormente. Para o próximo ano, as projeções foram elevadas de R$ 5,15 para R$ 5,19.

Estados Unidos

Em Nova York, os principais índices avançaram, enquanto investidores aguardam a divulgação de novos dados dos Estados Unidos em uma semana mais curta, devido a feriado na quinta-feira (4). São esperadas falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, com a divulgação da ata do Fomc, bem como a publicação de dados de emprego do payroll, na sexta.

A expectativa é de que a economia americana tenha criado 180 mil empregos em junho, uma queda em relação aos 272 mil de maio, sinalizando um arrefecimento no mercado de trabalho.

-- Com informações da Bloomberg News