Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 1,20%, aos 127.652 pontos, nesta quarta-feira (31), influenciado pelo sentimento de otimismo no exterior depois de o Federal Reserve dar sinais de que um corte de juros está mais perto.
A decisão de política monetária dos EUA reforça as expectativas de que a autoridade monetária possa fazer uma primeira redução da taxa de referência na próxima reunião em setembro, o que impulsionou os índices de ações. Em Nova York, o S&P 500, o Nasdaq e o Dow Jones fecharam com ganhos.
O dólar (USDBRL) avançava 0,52% e era negociado a R$ 5,65 ao final do pregão do Ibovespa.
Investidores aguardam agora decisão do Copom, após o fechamento.
Com o resultado do dia, o Ibovespa encerrou julho com ganho acumulado de 2,89%, o segundo mês consecutivo de alta depois de um avanço de 1,48% em junho. O principal índice da bolsa brasileira reduziu as perdas no ano e agora acumula baixa de 4,87%.
Entre os ativos, a Vale (VALE3) subiu com a recuperação do preço do minério de ferro no mercado internacional. Os futuros em Singapura chegaram a subir 3% nesta quarta, para US$ 102,10, depois que a Rio Tinto - mineradora concorrente da Vale - disse que a demanda na China está relativamente robusta e estável.
A Petrobras (PETR3; PETR4) também avançou com o aumento dos preços do petróleo. A cotação da commodity maior saltou desde abril depois que o Hamas disse que Israel matou seu líder político em um ataque no Irã, alimentando tensões no Oriente Médio, região que produz cerca de um terço do petróleo do mundo.
Destaque também para a Weg (WEG3), que subiu 10,5% e foi a maior alta do Ibovespa, depois de a empresa informar resultado acima do esperado por analistas no segundo trimestre.
Na outra ponta, a Ambev (ABEV4) recuou antes da divulgação de balanço. O Itaú Unibanco (ITUB4) teve perdas, ficando entre as principais contribuições negativas. Entre os bancos, Banco do Brasil (BBAS3) e Santander Brasil (SANB11) também caíram, enquanto Bradesco (BBDC4) e BTG Pactual (BPAC11) avançaram.
Estados Unidos
Em Nova York, comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ajudaram a estender um rali nas ações que começou com o ganhos das ações de grandes empresas de tecnologia.
Powell disse que o Fed poderia cortar as taxas “já em” setembro. Os formuladores de política monetária também fizeram vários ajustes na linguagem de um comunicado divulgado após sua reunião de dois dias. O comitê passou a dizer que está “atento aos riscos para ambos os lados de seu duplo mandato”, em vez da redação anterior focada apenas nos riscos de inflação.
Os diretores do Federal Reserve (Fed) mantiveram a taxa de juros no maior patamar em duas décadas, mas apontaram nesta quarta-feira (31) que tem havido “algum progresso” na inflação nos Estados Unidos, o que é visto como um primeiro sinal de que a autoridade monetária está mais perto de realizar um corte de juros.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) afirmou em comunicado que “nos últimos meses, houve algum progresso adicional em direção ao objetivo de inflação de 2 por cento do Comitê.” O texto marca uma mudança em relação à reunião de junho, quando as autoridades classificaram o progresso da inflação como “modesto”.
Em sua decisão nesta quarta, os diretores decidiram manter a taxa de juros de referência dos Estados Unidos inalterada no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano, em uma decisão amplamente esperada por investidores e analistas. A decisão foi unânime.
Foi a oitava reunião seguida em que a taxa de juros é mantida no atual patamar, o mais alto dos últimos 20 anos. O Fed tem mantido os juros elevados desde o fim de julho do ano passado.
Mais cedo, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) subiu sua taxa de juros e anunciou planos para reduzir pela metade as compras de títulos, destacando sua determinação em normalizar a política monetária.
Na agenda de indicadores, as empresas dos EUA criaram o menor número de vagas desde o início do ano, e o crescimento dos salários desacelerou, em linha com sinais de uma demanda de trabalho mais fraca.
A folha de pagamento privada aumentou em 122.000 neste mês, de acordo com o Instituto de Pesquisa ADP. A estimativa mediana em uma pesquisa da Bloomberg com economistas previa um aumento de 150.000. Já o crescimento salarial desacelerou para o menor ritmo desde 2021.
-- Com informações da Bloomberg News
