Ibovespa fecha em alta com ganhos de Petrobras e Banco do Brasil; Gol cai

Em dia de liquidez reduzida em razão de feriado nos EUA, o índice brasileiro avançou 0,15% e o dólar foi a R$ 5,17; Gol cai após divulgação de plano financeiro

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27 de Maio, 2024 | 06:08 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou com alta de 0,15%, aos 124.496 pontos, nesta segunda-feira (27), em um pregão de liquidez reduzida em razão do feriado nos Estados Unidos e no Reino Unido. O dólar (USDBRL) subia 0,10% e era negociado a R$ 5,17 no final do pregão.

Investidores reagiram às declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que as expectativas de inflação devem se estabilizar e voltar a melhorar. Na avaliação de Campos Neto, a piora das expectativas ocorreu em razão de “ruídos recentes”. Com as declarações, o rendimento dos juros futuros caiu cerca de 0,10 ponto percentual ao longo da curva.

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O chefe da autarquia também disse que os mercados devem entender que a decisão da última reunião de política monetária foi técnica, apesar dos votos divergentes dos diretores.

Quatro diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva votaram por um corte de 0,50 ponto porcentual em vez da redução de 0,25 ponto defendida pela maioria de cinco diretores, o que elevou o temor de que o BC pode se tornar mais leniente com a inflação depois do fim do mandato de Campos Neto, em dezembro.

Leia também: Campos Neto diz que as expectativas de inflação vão melhorar com o tempo

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O relatório Focus, do Banco Central, divulgado nesta segudnda mostrou um aumento, pela terceira semana consecutiva, nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Os economistas consultados pela autoridade monetária veem agora alta de 3,86% da inflação este ano, acima dos 3,80% esperados na semana passada. Para 2025, as estimativas também foram elevadas, de 3,74% para 3,75%.

Os ganhos do dia foram puxados pelas ações da Petrobras (PETR3; PETR4), influenciadas pela alta do petróleo no mercado internacional. Investidores estão de olho na reunião da Opep+, grupo dos principais países exportadores de petróleo e aliados, que ocorre no próximo domingo.

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Os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) e da Vale (VALE3) tiveram ganhos e ficaram entre as principais contribuições positivas.

A Raízen (RAIZ4) subiu depois da inauguração de uma nova usina de etanol de segunda geração. Além da empresa, Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), CVC (CVCB3), LWSA (LWSA3) e BRF (BRFS3) tiveram ganhos e ficaram entre as maiores altas.

Na outra ponta, os papéis do Itaú Unibanco (ITUB4) e do Magazine Luiza (MGLU3) foram as principais contribuições negativas. Yduqs (YDUQ3), Azul (AZUL4), Rede D’Or (RDOR3), IRB (IRBR3) e Minerva (BEEF3) ficaram entre as maiores perdas.

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Fora do Ibovespa, as ações da Gol (GOLL4) caíram 3,55% depois de a empresa divulgar que pretende levantar US$ 1,5 bilhão em uma emissão de novas ações para pagar seu financiamento de devedor em posse (debtor-in-possession financing ou DIP, na sigla em inglês) e reforçar seu balanço patrimonial, de acordo com seu novo plano financeiro de cinco anos.

A empresa, que entrou em processo de recuperação judicial por meio do Chapter 11 no início deste ano nos Estados Unidos, também planeja refinanciar US$ 2 bilhões em dívidas garantidas, disse a Gol em um documento divulgado na segunda-feira (27). O plano ainda está sujeito à aprovação dos credores da Gol e do Tribunal de Falências dos Estados Unidos.

Bolsas internacionais

No exterior, as atenções se voltaram para a Europa, enquanto os mercados dos Estados Unidos e do Reino Unido ficaram fechados em razão do feriado.

O diretor do Banco Central Europeu, François Villeroy de Galhau, disse que a autoridade monetária da zona do euro deve descartar a possibilidade de reduzir a taxa de juros nas reuniões de junho e julho, contrariando outros diretores que se sentem desconfortáveis com a ideia de cortes consecutivos.

“Às vezes leio que deveríamos cortar a taxa apenas uma vez por trimestre, quando novas projeções econômicas estiverem disponíveis e, portanto, excluir julho”, disse ele na entrevista. “Por que isso, se estamos nos reunindo e nos baseando em dados? Não digo que devemos nos comprometer já em julho, mas vamos manter nossa liberdade quanto ao momento e ao ritmo.”

A redução da taxa de juros da zona do euro tem impacto no câmbio e tende a fortalecer o dólar, uma vez que diretores do Federal Reserve indicam a necessidade de esperar mais tempo antes de iniciar uma flexibilização monetária.

As declarações vão de encontro com as de outros membros do Conselho do BCE. O presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, disse à Bloomberg neste fim de semana que um segundo movimento do BCE pode ter que esperar até setembro.

Em discurso na segunda-feira em Dublin, o economista-chefe do BCE, Philip Lane, disse que a autoridade monetária não está comprometida com “nenhuma velocidade específica” de redução das taxas. Ele reiterou que as autoridades “continuarão a seguir uma abordagem dependente de dados e de reunião a reunião para determinar o nível e a duração adequados da restrição”.

- Com informações da Bloomberg News