Ibovespa fecha em alta com avanço da Vale e perspectiva de corte do Fed; dólar sobe

Índice brasileiro avançou pela terceira sessão seguida, renovando o recorde mais uma vez; CVC sobe quase 13%

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21 de Agosto, 2024 | 05:57 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 0,28%, aos 136.464 pontos, nesta quarta-feira (21), em linha com os índices de Nova York depois da divulgação da ata da reunião de política monetária do Federal Reserve e de uma revisão de dados de emprego dos EUA que mostram um mercado de trabalho menos aquecido do que o se imaginava.

O índice da bolsa brasileira tem tido um desempenho positivo no mês diante das maiores expectativas de corte de juros nos EUA, o que levou o benchmark a atingir um novo recorde de fechamento em pontos pela terceira sessão seguida.

O dólar (USDBRL) subia 0,18% e operava a R$ 5,49 no fim do pregão na B3.

O avanço do Ibovespa foi puxado principalmente pelas ações da Vale (VALE3), que subiram 1,92% a R$ 58,30, com a recuperação do preço do minério de ferro no mercado internacional.

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A cotação da commodity subiu pelo terceiro dia depois de acumular uma queda de 9% na semana passada com sinais de que autoridades da China tomarão mais medidas para tentar estimular o mercado imobiliário.

O minério acumula queda de 30% neste ano devido ao fraco ritmo de construção de moradias, bem como à desaceleração econômica da China e à escassez de grandes projetos de infraestrutura.

Além da Vale, a B3 (B3SA3) subiu 0,47% e ficou entre as principais contribuições positivas na sessão.

Destaque também para as ações da CVC (CVCB3), que avançaram 12,75% e lideraram entre as maiores altas. A empresa informou que fundos sob gestão da WNT passaram a deter ações que representam 5,01% do capital social. O papel chegou a subir mais de 23% durante a sessão, mas reduziu os ganhos ao longo do dia.

A Petz (PETZ3) avançou mais de 7% ainda em reação às perspectivas sobre a fusão com a Cobasi. O papel acumula alta de 49% em relação ao valor de fechamento da quinta-feira passada, quando caiu quase 10% após a divulgação do balanço trimestral.

Na outra ponta, a ação preferencial da Petrobras (PETR3; PETR4) recuou e foi a maior contribuição negativa em volume.

Os bancos também contribuíram para impedir uma alta mais expressiva do Ibovespa. O Itaú Unibanco (ITUB4), o Bradesco (BBDC4) e o Banco do Brasil (BBAS3) fecharam com perdas, enquanto o Santander Brasil (SANB11) ficou estável e o BTG Pactual (BPAC11) subiu.

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O Assaí (ASAI3) liderou as perdas, com queda de mais de 3%, seguido da Prio (PRIO3), da Dexco (DXCO3), da Vamos (VAMO3) e da Eztec (EZTC3).

Estados Unidos

Em Nova York, os índices estenderam as altas diante das expectativas renovadas de que o Federal Reserve pode cortar os juros na próxima reunião de política monetária em setembro.

A ata da Fed divulgada nesta quarta indicou que “a grande maioria” dos diretores avaliaram que provavelmente será apropriado cortar a taxa de juros na próxima reunião se os dados continuarem a vir como o esperado.

O documento ressaltou ainda que “várias autoridades” do Fed reconheceram na última reunião de política monetária, em julho, que havia um argumento plausível para cortar a taxa já no último encontro. No entanto, o comitê de política monetária do Fed decidiu manter a taxa de juros no mesmo patamar.

Separadamente, uma revisão preliminar dos dados de emprego dos EUA divulgada nesta quarta indicou que o crescimento do número de vagas nos 12 meses encerrados em março deste ano foi menos robusto do que o relatado anteriormente. Os novos dados mantêm a pressão sobre o Federal Reserve para cortar a taxa de juros no próximo mês.

O número de trabalhadores nas folhas de pagamento foi revisado para baixo em 818.000 vagas para os 12 meses até março - ou cerca de 68.000 a menos a cada mês - de acordo com a revisão preliminar de referência do Bureau of Labor Statistics. Essa foi a maior revisão para baixo desde 2009.

Embora os economistas tenham previsto um declínio, alguns estimaram uma redução de até 1 milhão de vagas nos dados de geração de empregos. Os números finais devem ser divulgados no início do próximo ano.

Analistas aguardam o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira durante um simpósio do BC americano em Jackson Hole. É esperado que o chefe da autoridade monetária dê mais indícios sobre a possibilidade de um corte de juros.

-- Com informações da Bloomberg News