Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 0,23%, aos 136.087 pontos, nesta terça-feira (20), destoando dos mercados internacionais com o apoio de ações de commodities e do setor financeiro.
Com o resultado, o índice da bolsa brasileira superou o nível dos 136 mil pontos e atingiu um novo recorde de fechamento pelo segundo dia seguido.
O dólar (USDBRL) subia 1,23% e operava a R$ 5,48 no fim do pregão na B3.
Os ganhos foram sustentados principalmente pelos papéis da Vale (VALE3), que subiram 0,38%, e ficaram entre as principais influências positivas em volume. A B3 (B3SA3) foi outro destaque e subiu 0,86%.
O Itaú Unibanco (ITUB4) estendeu as altas e avançou 0,73%, em linha com os demais bancos. Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3), Santander Brasil (SANB11) e BTG Pactual (BPAC11) também tiveram ganhos.
Destaque ainda para a Braskem (BRKM5), que subiu 3,14% e foi a maior alta do Ibovespa depois de analistas do Citi elevarem a recomendação do papel de “neutra” para “compra”. Klabin (KLBN11), Petz (PETZ3), Rede D’Or (RDOR3) e Weg (WEGE3) também ficaram entre as maiores altas.
Na outra ponta, a ação preferencial da Petrobras (PETR3; PETR4) caiu 0,39% e foi a principal influência negativa em volume. A JBS (JBSS3) recuou quase 0,1% e também pesou contra o avanço do índice.
A CVC (CVCB3) recuou 4,67% e foi a maior queda do dia, influenciada pelo aumento do dólar. Assaí (ASAI3), LWSA (LWSA3), Carrefour Brasil (CRFB3) e Vamos (VAMO3) completam a lista entre os papéis com maior desvalorização.
Na agenda do dia, investidores acompanharam as participações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento pela manhã.
O ministro defendeu os esforços do governo de revisão de benefícios, entre eles o BPC, como forma de corrigir distorções. Haddad também afirmou que espera que o resultado fiscal deste ano seja muito melhor do que o ano passado, seguido de uma melhora também no ano que vem.
Já Campos Neto buscou reforçar a visão de que o BC trabalha com todas as possibilidades, incluindo a de um aumento da taxa Selic na próxima reunião do Copom, seguindo a linha de declarações anteriores dele e do diretor de política monetária, Gabriel Galípolo. “Se precisar subir juros, vamos subir juros”, afirmou.
Mais cedo, em entrevista ao jornal O Globo publicada pela manhã, Campos Neto afirmou que o Comitê de Política Monetária (Copom) não antecipou as próximas decisões sobre os juros do país e que espera que o sucessor “não seja julgado por proximidade com o governo”.
“Eu espero que a pessoa que venha me suceder aqui não seja julgada nem pela cor da camisa com a qual ele votou, nem pelas reuniões que ele fez, nem pelos jantares que ele fez, e sim pelas decisões técnicas que tomou”, disse ele.
Estados Unidos
Já em Nova York, os principais índices de ações tiveram dificuldades para avançar após um ral que colocou o mercado a uma distância próxima de suas máximas históricas.
Uma queda nas ações interrompeu uma longa sequência de ganhos. Em apenas oito dias, o S&P 500, índice de referência dos EUA, avançou quase 8%;
Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos caíram seis pontos-base, para 3,81%. O petróleo recuou, com a possibilidade de um cessar-fogo em Gaza e a crescente preocupação com a demanda global criando ventos contrários para o preço do petróleo.
Além dos fluxos e do posicionamento, o recente rali também foi impulsionado por apostas de que o Federal Reserve sinalizará que está se aproximando de cortar as taxas. Faltando poucos dias para o discurso de Jerome Powell em Jackson Hole, a revisão dos dados de emprego dos EUA deve capturar a atenção de Wall Street.
Os economistas do Goldman Sachs e Wells Fargo Esperam que as revisões preliminares do governo na quarta-feira (21) mostrem que o crescimento do emprego no ano até março foi pelo menos 600 mil inferior ao estimado atualmente. Embora os analistas do JPMorgan Chase prevejam uma queda de cerca de 360 mil, o Goldman indica que pode ser tão grande quanto um milhão.
-- Com informações da Bloomberg News