Ibovespa fecha em alta com avanço da Vale e da JBS; Usiminas cai 23,6%

Investidores repercutiram a divulgação de balanços da Vale e da Usiminas, além da recomendação de compra da JBS pelo JPMorgan

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 1,22%, aos 127.492 pontos, nesta sexta-feira (26), influenciado principalmente pelo avanço da Vale (VALE3), após a divulgação do balanço do segundo trimestre, e pelos ganhos da JBS (JBSS3) e de outros frigoríficos.

Investidores também repercutiram novos dados da inflação nos Estados Unidos, que reforçaram as perspectivas de que o Federal Reserve pode fazer um corte de juros em setembro. O sentimento positivo contribuiu para os ganhos dos índices de Nova York.

O dólar (USDBRL) subia 0,21% e operava a R$ 5,66 ao fim das negociações do Ibovespa.

Com o resultado desta sexta, o principal índice da bolsa brasileira encerrou a semana estável, com uma perda acumulada de 0,03% no período.

A Vale avançou 1,48%, a R$ 61,47. A mineradora reportou seu balanço do segundo trimestre na noite de ontem, que veio ligeiramente abaixo das estimativas dos analistas, após a empresa enfrentar um aumento nas despesas.

A Vale tem enfrentado aumento dos custos em um momento mais fraco para o minério de ferro, em parte devido à queda na demanda na China. No trimeste, a mineradora reportou lucros ajustados de US$ 3,99 bilhões, abaixo da estimativa média dos analistas de US$ 4,07 bilhões.

A companhia também anunciou o pagamento de R$ 8,940 bilhões em juros sobre capital próprio (JCP), equivalentes a R$ 2,093798142 por ação, em valores brutos e sujeitos à incidência de impostos. O pagamento está programado para 4 de setembro.

A JBS subiu 6,72%, a R$ 33,02, depois que o JPMorgan elevou a ação da empresa a recomendação de compra. Os ganhos também refletiram o fim do surto da doença de Newcastle, o que contribuiu para o avanço de outras empresas do setor.

BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) também avançaram. O Ministério da Agricultura afirmou que não detectou novos focos da doença que atinge aves e espera que os importadores suspendam as restrições às exportações.

Os papéis da Hypera (HYPE3) avançaram e foram outro destaque positivo do dia depois da divulgação do balanço.

Na outra ponta, os papéis da Usiminas (USIM5) encerram com queda de 23,55%, a R$ 6,33, depois que a companhia informou Ebitda que ficou abaixo do esperado por analistas no segundo trimestre.

Os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4; PETR3) recuaram 0,10%, a R$ 37,64, perto da estabilidade. Carrefour Brasil (CRFB3), Suzano (SUZB3), Klabin (KLBN11) e 3R (RRRP3) ficaram entre as maiores baixas.

Entre as petroleiras, a Prio (PRIO3) fechou em alta de 3,67%. A Sinochem, um conglomerado chinês de produtos químicos e energia, está em negociações com a empresa brasileira independente de petróleo e gás Prio para vender uma participação minoritária no campo offshore de Peregrino, disseram pessoas familiarizadas com o assunto à Bloomberg News.

A Sinochem trabalha com o banco de investimento americano Jefferies na venda de sua participação de 40% no campo na Bacia de Campos, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões são privadas.

O preço do negócio não foi informado, mas quando a Sinochem concluiu a aquisição da participação em 2011, pagou US$ 3,07 bilhões pela sua fatia.

Estados Unidos

Em Nova York, o mercado de ações teve um impulso nesta sexta depois que dados econômicos reforçaram a expectativa de que o Federal Reserve preparará o terreno para um corte nas taxas de juros em setembro.

Todos os principais grupos do S&P 500 subiram com apostas de que um ciclo de afrouxamento do Fed continuará alimentando as empresas da economia real, para além das grandes empresas de tecnologia.

A medida preferida do Fed para a inflação subjacente nos EUA — o chamado índice de preços de despesas de consumo pessoal, excluindo alimentos e energia — subiu em um ritmo moderado em junho e o consumo dos consumidores permaneceu saudável.

Separadamente, o sentimento do consumidor dos EUA caiu em julho para o nível mais baixo em oito meses.

O Fed provavelmente sinalizará na próxima semana seus planos para cortar as taxas de juros em setembro, de acordo com economistas pesquisados pela Bloomberg News, um movimento que eles dizem que dará início a reduções a cada trimestre até 2025.

Quase três quartos dos entrevistados dizem que o banco central dos EUA usará a reunião para preparar o terreno para um corte de um quarto de ponto na reunião seguinte em setembro.

-- Com informações da Bloomberg News