Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 0,47%, aos 128.897 pontos, nesta sexta-feira (12), depois que novos dados de inflação nos Estados Unidos ajudaram a reforçar o sentimento de otimismo nos mercados internacionais, com a perspectiva de que o Federal Reserve pode cortar os juros em setembro.
Com o avanço, o índice da bolsa brasileira teve a décima alta seguida e registrou um ganho acumulado de 2,07% na semana - o quarto período consecutivo de alta. Desde o fechamento de 28 de junho, o benchmark avançou cerca de 4%.
O dólar (USDBRL) caía 0,19% e era negociado a R$ 5,43 ao fim do pregão.
O avanço nesta sexta foi impulsionado principalmente pelas ações da B3 (B3SA3), que subiram 4,16% e foram a principal contribuição positiva. A Vale (VALE3) teve ganho de 1,46% e a Localiza (RENT3) subiu 0,21%. Ambas também ficaram entre as principais influências.
Já o Itaú Unibanco (ITUB4) recuou 0,56% e os papéis preferenciais da Petrobras (PETR3; PETR4) encerram com perda de 0,46%.
Destaque também para a Eletrobras (ELET6), que fechou em alta depois de a empresa informar planos para vender parte de suas ações na CTEEP (TRPL4). A operação será feita por meio de uma oferta pública secundária, envolvendo inicialmente 60 milhões de ações e podendo chegar a 130 milhões.
A Eletrobras possui 35,7% do capital da empresa de transmissão elétrica paulista, o que equivale a 210,4 milhões de ações. Com a oferta, a Eletrobras pode levantar até R$ 3,3 bilhões. Os papéis da CTEEP fecharam em queda e lideraram as perdas do Ibovespa.
Mais cedo, o IBGE divulgou os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de maio. Segundo a agência de estatísticas, o volume de serviços prestados fico estável em maio (0%), depois de dois meses de alta. Na comparação anual, o setor teve expansão de 0,8%.
O resultado ficou acima do esperado por economistas, que projetavam uma queda de 0,7% em maio, segundo pesquisa da Bloomberg. Apesar da desaceleração, o dado mostra resiliência da atividade econômica.
“Vemos os serviços se mantendo em patamar robusto mais por conta de uma demanda discricionária, associada à alojamento e alimentação, enquanto os serviços pelo lado da oferta indicam uma perda de dinamismo do setor, refletindo as condições monetárias mais restritas”, disse André Valério, economista sênior do Inter, em comentário a clientes.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o sentimento de otimismo ganhou força depois da divulgação de dados de inflação ao produtor. O Índice de Preços ao Produtor (PPI) para demanda final subiu 0,2% em relação ao mês anterior, de acordo com dados do Bureau of Labor Statistics publicados na sexta-feira. Em comparação com o ano anterior, o PPI subiu 2,6%. Economistas consultados pela Bloomberg esperavam avanço de 0,1% no mês e de 2,3% na comparação anual.
Apesar de o resultado ter ficar ligeiramente acima do previsto, as categorias no relatório do PPI que são usadas para calcular a medida de inflação preferida do Fed — o Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal ou PCE — foram mistas.
Entre essas categorias, os custos de cuidados médicos aumentaram 0,2%, o custo de cuidados ambulatoriais hospitalares subiu 0,1% e os cuidados hospitalares internados subiram 0,5% — todos avanços mais modestos do que em maio. Ao mesmo tempo, as tarifas aéreas aumentaram 1,1% e os preços dos serviços de gestão de portfólio subiram 1%. O índice de preços do PCE de junho será divulgado ainda este mês.
Como resultado os principais índices de Nova York avançaram. As grandes empresas de tecnologia se recuperaram e as empresas de menor valor de mercado continuaram a subir. Já as ações dos bancos foram afetadas pelo início da temporada de balanços dos EUA, com os resultados do Wells Fargo JPMorgan Chase e Citigroup não conseguindo impulsionar o setor.
Para Krishna Guha, da Evercore, o PPI confirma que a medida preferida de inflação do Fed, o PCE, deve registrar uma leve queda, colocando a política monetária a caminho de um corte em setembro.
-- Com informações da Bloomberg News.