Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) subiu 0,80% aos 126.966 pontos, nesta terça-feira (6), acompanhando a recuperação dos mercados globais depois da onda vendedora de segunda-feira que derrubou as bolsas. O dólar (USDBRL) caiu 1,48% a R$ 5,65.
Na contramão do minério de ferro, a Vale (VALE3) avançou 0,51%, enquanto os papéis preferenciais da Petrobras (PETR3; PETR4) tiveram desempenho positivo, com alta de 1,74%.
O Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 2,03% antes da divulgação dos resultados do segundo trimestre, prevista para esta terça, após fechamento do mercado. O Banco do Brasil (BBAS3) avançou 1,72%, e Santander Brasil (SANB11) teve ganhos de 0,28%. O Bradesco (BBDC4) subiu 2,79%
Pela manhã, o Banco Central divulgou a ata da última reunião do Copom, que decidiu na semana passada de forma unânime pela manutenção da Selic em 10,50% ao ano, pela segunda vez consecutiva.
Reforçando um cenário global de maior incerteza e movimentos cambiais mais abruptos, que exigem maior cautela na condução da política monetária doméstica, o Comitê diz no texto que a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente para consolidar não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno da meta.
O destaque da ata recai sobre o trecho de que o BC “não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”. A autoridade monetária, contudo, não forneceu guidance.
Exterior
Nas bolsas globais, uma nova onda de compras estimulou uma recuperação nas ações após uma liquidação de aproximadamente US$ 6,5 trilhões que abalou os mercados ao redor do mundo. Em Nova York, o S&P 500 teve ganhos de 1,04% e o Nasdaq Composite avançou 0,98%.
Todos os principais grupos do S&P 500 subiram. Durante o grande sell-off de segunda-feira, fundos de hedge que fazem apostas em ações tanto otimistas quanto pessimistas abocanharam ações individuais dos EUA no ritmo mais rápido desde março, revertendo uma onda de vendas de meses, de acordo com a corretora principal do Goldman Sachs.
Um dia depois, o “indicador de medo” de Wall Street — o VIX — teve a maior queda desde 2010.
Uma aparência de calma retornou aos mercados, após uma retração alimentada por dados econômicos fracos, resultados de tecnologia decepcionantes, posicionamento esticado e tendências sazonais ruins.
Comprar ações dos EUA após uma queda do mesmo patamar que o visto no mês passado geralmente tem sido lucrativo, de acordo com o Goldman Sachs. Desde 1980, o benchmark dos EUA gerou um retorno médio de 6% nos três meses que se seguiram a uma queda de 5% em relação ao pico mais recente.
“O mercado por qualquer métrica está ‘sobrevendido’ e pronto para uma recuperação”, disse Quincy Krosby da LPL Financial. “A questão persistente agora é se as preocupações que empurraram o mercado para uma cascata de vendas foram aliviadas. Espera-se que os bolsões de volatilidade continuem.”
À medida que a demanda por ativos de segurança diminuiu globalmente, os títulos do Tesouro caíram — com o aumento nos rendimentos ajudando a suavizar um leilão de US$ 58 bilhões em notas de três anos. Os traders também estão moderando as expectativas de cortes profundos nas taxas do Federal Reserve este ano. Os contratos futuros apontam para um corte total de 105 pontos-base da taxa de juros, em comparação com até 150 pontos-base na segunda-feira.
“O Fed se preocupa com o risco sistêmico nos mercados financeiros, não com investidores decepcionados”, disse David Donabedian, da CIBC Private Wealth US. “Portanto, é improvável que o Fed mude seu curso de ação devido a uma correção do mercado de ações. Estamos caminhando para uma recessão de curto prazo ou os mercados estão exagerando? Acreditamos que um crescimento mais lento está se desenrolando, não uma recessão.”
-- Com informações da Bloomberg News