Ibovespa fecha em alta após Moody’s elevar a nota de crédito do Brasil; dólar cai

Decisão da agência de elevar a classificação de risco soberano impulsionou os ganhos; Petrobras, Vale e bancos subiram

After Hours
02 de Outubro, 2024 | 05:59 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) atingiu o maior patamar de fechamento em duas semanas depois que a Moody’s elevou a nota de classificação de risco do crédito soberano do Brasil na véspera, colocando o país um patamar abaixo do grau de investimento.

O principal índice da bolsa brasileira fechou em alta de 0,77%, aos 133.515 pontos, depois de avançar até 1,7% durante a sessão. O dólar (USDBRL) caiu 0,44%, cotado a R$ 5,44.

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Os ganhos foram impulsionados pela Vale (VALE3), que subiu 0,55% e foi a principal contribuição positiva em volume.

A Petrobras (PETR3; PETR4) estendeu as altas em reação ao aumento do preço do petróleo, diante do conflito no Oriente Médio, e também ajudou a impulsionar o índice. Os papéis preferenciais subiram 1,38% e os ordinários avançaram 1,17%.

A Ambev (ABEV3) ficou pelo segundo dia seguido entre as ações com maior volume de negociação. A ação da empresa avançou 0,88%, em reação ao reposicionamento das carteiras de outubro.

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Os bancos, por sua vez, voltaram a subir depois de dois pregões de queda. O Itaú Unibanco (ITUB4) teve ganho de 0,62% e o Bradesco (BBDC4) subiu 3,59%. Banco do Brasil (BBAS3) e Santander Brasil (SANB11) também avançaram. O BTG Pactual (BPAC11) caiu na contramão do setor

Na agenda do dia, a produção industrial subiu em linha esperado em agosto, pouco antes de o Banco Central iniciar uma campanha de aumentos nas taxas de juros.

A produção cresceu 0,1% em relação ao mês anterior, em linha com a estimativa mediana de uma pesquisa da Bloomberg com analistas. Em comparação com o ano anterior, a indústria cresceu 2,2%, informou o IBGE nesta quarta-feira (2).

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“Na nossa visão, a produção industrial deve continuar revezando meses de resultados positivos com outros negativos. Mesmo assim, acreditamos que setor fechará o ano com um avanço de 3,8%”, disse Claudia Moreno, economista do C6 Bank, em comentário a clientes.

Estados Unidos

Em Nova York, os títulos do Tesouro dos EUA caíram e o dólar subiu após números de empregos mais fortes do que o esperado, reduzindo a confiança de Wall Street de que o próximo corte de juros do Federal Reserve seria significativo.

Os rendimentos dos títulos de 10 anos se aproximaram de 3,8%, após atingir 3,69% na sessão anterior, em meio a uma intensificação das tensões no Oriente Médio. O dólar atingiu o maior valor em quase duas semanas após a divulgação do relatório de empregos, à medida que os traders avaliavam o próximo movimento do Fed.

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Dados divulgados nesta quarta-feira mostraram que as empresas dos EUA contrataram mais do que o esperado no mês passado, contradizendo outros indicadores que sugerem um mercado de trabalho em desaceleração.

Os números da folha de pagamento (payroll), que serão divulgados na sexta-feira, serão a próxima leitura da saúde do mercado de trabalho e da economia dos EUA.

Com isso, as ações lutaram para escapar do clima de aversão ao risco, diante do conflito no Oriente Médio. O S&P 500 encerrou o dia praticamente estável, enquanto o Nasdaq 100 subiu 0,1%, já que os traders também equilibraram os dados com as interrupções causadas por uma greve de trabalhadores portuários em portos importantes dos EUA e a destruição causada pelo furacão Helene.

-- Com informações de Bloomberg News.