Ibovespa destoa de otimismo em NY e fecha estável com recuo da Braskem

Decisão da Adnoc de desistir da oferta por participação na empresa petroquímica fez as ações caírem 14,5%; dólar ficou estável a R$ 5,08

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão de lado, com leve queda de 0,03%, aos 128.466 pontos, destoando do avanço das bolsas em Nova York. O dólar (USDBRL) subia 0,07%, também perto da estabilidade, e era negociado a R$ 5,08 no fechamento.

Os ganhos do índice da bolsa brasileira foram limitados pelo recuo de 14,53% das ações da Braskem (BRKM5). As perdas refletiram a decisão da Abu Dhabi National Oil Co. (Adnoc) de desistir de sua oferta por uma participação na empresa petroquímica brasileira, o que sinaliza que o processo de venda - paralisado anteriormente e depois retomado - irá se arrastar ainda mais.

A Adnoc, a maior produtora de petróleo dos Emirados Árabes Unidos, desistiu de sua oferta de US$ 2,1 bilhões, frustrando investidores que esperavam um acordo.

O controlador da Braskem, a Novonor (ex-Odebrecht), tem tentado vender sua participação há anos. A Petrobras (PETR3, PETR4), segunda maior acionista da Braskem, gostaria de ver um novo investidor substituir a Novonor, disse o CEO, Jean Paul Prates, em fevereiro.

A Novonor disse que permanecia totalmente comprometida com o processo de venda, de acordo com comunicado.

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Além da Braskem, Marfrig (MRFG3), Minerva (BEEF3), Dexco (DXCO3) e Cosan (CSAN3) também tiveram perdas e lideraram entre as principais quedas do dia.

Por outro lado, as blue chips avançaram, diante do maior otimismo no mercado internacional. Petrobras, Vale (VALE3), Itaú Unibanco (ITUB4), Prio (PRIO3) e B3 (B3SA3) tiveram ganhos e foram as principais influencias positivas. Petz (PETZ3), Pão de Açúcar (PCAR3), SLC Agrícola (SLCE3), Engie (EGIE3) e Rede D´Or (RDOR3) também subiram e lideraram as altas.

Investidores voltam as atenções nesta semana para a decisão de juros no Brasil, na quarta-feira, e a divulgação de dados de inflação de abril medidos pelo IPCA na sexta-feira.

O relatório Focus, do Banco Central, motrou uma revisão para cima nas estimativas para a taxa Selic em dezembro deste ano: de 9,50% para 9,63% ao ano. Agora, as apostas recaem sobre um corte de 0,25 ponto percentual na reunião do Copom desta semana, menor do que o de 0,50 pp projetado anteriormente, para 10,50%.

Para a inflação medida pelo IPCA, por sua vez, a projeção recuou de 3,73% para alta de 3,72%. Por fim, para o PIB, os economistas consultados pela autoridade monetária estimam crescimento de 2,05% da economia brasileira em 2024, acima dos 2,02% projetados no levantamento anterior.

Nos Estados Unidos, as ações avançaram impulsionadas pela expectativa de que o Federal Reserve será capaz de cortar as taxas de juros este ano. Uma temporada de balanços sólidos tem sustentado o otimismo.

Os traders também ficaram de olho nos últimos acontecimentos geopolíticos, com Israel rejeitando um comunicado do Hamas de que havia aceitado uma proposta de cessar-fogo para encerrar os combates em Gaza. O petróleo fechou em alta.

Após o tom não muito hawkish de Jerome Powell na quarta-feira passada, os investidores avaliam os comentários de alguns dos diretores do Fed que devem falar nesta semana.

O presidente do Federal Reserve Bank de Richmond, Thomas Barkin, disse esperar que as altas taxas desacelerem ainda mais a economia e esfriem a inflação para a meta de 2%. Seu colega de Nova York, John Williams, disse que eventualmente haverá cortes de taxa - mas a decisão sobre quando dependerá da totalidade dos dados.

Apesar da pressão das taxas ainda elevadas, balanços fortes têm justificado os altos valuations das ações, segundo os estrategistas do BlackRock Investment Institute.

Mais de 80% das empresas do S&P 500 já divulgaram os resultados do primeiro trimestre, e o crescimento do lucro superou facilmente as “expectativas medíocres”, de acordo com Gina Martin Adams, da Bloomberg Intelligence. O índice agora está a caminho de um crescimento de lucro de 6,5%, quase o dobro das estimativas pré-temporada de 3,75%, observou ela.

- Com informações da Bloomberg News.