Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em queda de 0,48%, ao 134.029 pontos, na contramão dos mercados no exterior.
O desempenho dos ativos foi afetado pelas preocupações com a política fiscal depois da aprovação do projeto de lei que mantém a desoneração da folha de pagamento.
O texto aprovado na Câmara prevê medidas de compensação, que incluem a atualização do valor de imóveis no Imposto de Renda, repatriação de ativos no exterior e até a incorporação de valores “esquecidos” em instituições financeiras. A visão é de que o projeto deve aumentar a pressão sobre o equilíbrio das contas públicas. O texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além da questão fiscal, dados das vendas no varejo em julho ficaram acima do esperado, o que indica uma economia aquecida. O resultado trouxe incertezas para o futuro da política monetária no momento em que o Banco Central avalia elevar a Selic.
As vendas no varejo voltaram a crescer no mês de julho, após queda em junho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento foi de 0,6%, recuperando parte da perda de 0,9% do mês anterior.
O dólar (USDBRL) recuava 0,59% ao final do pregão e operava a R$ 5,63.
Entre os ativos, a Petrobras (PETR3; PETR4) caiu e foi a maior contribuição negativa em volume. As ações preferenciais recuaram 1,13%, a R$ 36,87, e as ordinárias perderam 1,17%, a R$ 40,49.
A sessão também foi negativa para os bancos e empresas do setor financeiro, que puxaram o índice para baixo. O Itaú Unibanco (ITUB4) recuou 1,10%, a R$ 36,97. Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3), Santander Brasil (SANB11) e BTG Pactual (BPAC11) também tiveram perdas. A B3 (B3SA3) recuou 0,66%.
Outra contribuição negativa foi a Sabesp (SBSP3), que caiu 0,36%. A Brava Energia (BRAV3) recuou 5,06% e liderou entre as maiores perdas do Ibovespa, depois da alta na véspera.
Na outra ponta, a Vale (VALE3) estendeu os ganhos nesta quinta e subiu 0,90%, a R$ 58,11, com mais um dia de recuperação do preço do minério de ferro. A Natura&Co (NTCO3) também teve uma sessão positiva e avançou 3,65%, recuperando parte das perdas recentes.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, investidores reagiram a novos dados de inflação antes da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) na semana que vem. Os principais índice de Nova York fecharam com ganhos.
Os preços ao produtor nos EUA subiram ligeiramente em agosto, após os números do mês anterior terem sido revisados para baixo, acrescentando evidências de que as pressões inflacionárias estão moderando.
O PPI aumentou 0,2% em relação ao mês anterior, após uma leitura estável em julho, de acordo com um relatório do Bureau of Labor Statistics divulgado na quinta.
A previsão mediana em uma pesquisa da Bloomberg com economistas apontava para um aumento de 0,1%. Em comparação com o ano anterior, o PPI subiu 1,7% — o menor aumento desde o início de 2024.
Uma medida dos preços ao produtor, excluindo as categorias voláteis de alimentos e energia, subiu 0,3% em agosto em relação ao mês anterior e 2,4% em relação ao ano anterior.
Na zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE) reduziu as taxas de juros pela segunda vez neste ano, com a inflação recuando para 2% e preocupações crescentes sobre a economia.
A taxa básica de depósito foi cortada em 25 pontos-base, para 3,50%, nesta quinta-feira — conforme previsto por todos os analistas consultados pela Bloomberg.
O BCE reiterou que não pode se comprometer com um caminho específico para os custos de empréstimos. O euro oscilou após a decisão.
-- Com informações de Bloomberg News
