Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 0,99%, aos 127.514 pontos, apoiado pelo avanço de ações de setores ligados ao consumo após a divulgação de resultados trimestrais positivos. O desempenho destoou dos índices de Nova York, que tiveram queda em um dia de volatilidade nos mercados internacionais.
O dólar (USDBRL) cedia 0,44% e operava a R$ 5,64 ao fim do pregão na B3.
A Localiza (RENT3) subiu 9%, a R$ 48,55, e foi a principal contribuição positiva em volume depois que a concorrente Movida (MOVI3) apresentou resultados do segundo trimestre acima do esperado por analistas do mercado. Fora do Ibovespa, os papéis da Movida tiveram alta de 16,83%. A Localiza divulga o seu balanço no próximo dia 13.
Os papéis do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) avançaram 8,07% e ficaram entre as maiores altas do dia. A varejista reduziu em 21% o prejuízo no segundo trimestre, a R$ 332 milhões, em relação ao mesmo período do ano passado. Como reflexo, o Magazine Luiza (MGLU3) - que divulga o balanço na quinta, após o fechamento do mercado - subiu 8,07%.
Também entre as maiores altas, a CVC (CVCB3) e a Ultrapar (UGPA3) avançaram 9,35% e 7,45% respectivamente.
Entre os bancos, o Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 0,20%, a R$ 33,75, após a divulgação do balanço. O banco reportou um lucro líquido recorrente de R$ 10,1 bilhões no segundo trimestre, o que representa uma alta de 15,2% em 12 meses. O ROE (retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado) no período foi de 22,4%. O indicador de rentabilidade cresceu 1,5 ponto percentual em 12 meses e 0,5 p.p. em três meses, de acordo com os resultados divulgados na noite de terça-feira (6).
O Banco do Brasil (BBAS3) fechou em queda antes da divulgação do balanço prevista para esta quarta à noite, enquanto o Bradesco (BBDC4) ficou estável e o BTG Pactual (BPAC11) subiu 3,93%. Já o Santander Brasil (SANB11) recuou 0,77%.
Entre as blue chips, a Petrobras (PETR3; PETR4) e a Vale (VALE3) caíram e foram as principais influências negativas em volume.
A Azul (AZUL4) perdeu 1,92% e liderou entre as maiores baixas. Os títulos da companhia aérea têm gerado um dos piores retornos em dívida corporativa de mercados emergentes, já que a queda do real aumenta as preocupações sobre as finanças da empresa, segundo a Bloomberg News.
A depreciação do real de cerca de 14% no acumulado do ano, o pior desempenho entre as principais moedas, tem aumentado a pressão sobre a aérea, que já enfrentava os juros altos e um mercado de combustíveis volátil.
A Weg (WEG3) e a Embraer (EMBR3) recuaram e também ficaram entre as maiores perdas da sessão.
Na agenda de indicadores, a inflação medida pelo IGP-DI acelerou para 0,83% em julho, puxada pelo aumento de preços de commodities e combustíveis. Os investidores aguardam agora os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serão divulgados na sexta (9).
Estados Unidos
Em Nova York, o desempenho das ações foi prejudicado depois que uma oferta de US$ 42 bilhões em títulos do Tesouro americano teve demanda mais fraca, reforçando a fragilidade dos mercados financeiros globais em meio à volatilidade histórica.
O S&P 500 chegou a operar em alta de 2% depois de sinais dovish do Banco do Japão, mas apagou os ganhos ao longo da sessão.
Os investidores evitaram participar de um leilão de títulos de 10 anos dos EUA, que apresentou um rendimento bem acima do nível indicativo pré-venda.
A demanda mais fraca do que o esperado sinalizou que o recente rali pode ter chegado ao fim. Os títulos do Tesouro também sofreram pressão quando 17 empresas blue-chip ofereceram US$ 31,8 bilhões em dívidas, a maior quantidade de emissão de grau de investimento dos EUA este ano.
O Banco do Japão (BOJ) sinalizou que seria cauteloso em aumentar as taxas de juros enquanto houver volatilidade nos mercados. Isso aliviou a pressão sobre as moedas que foram prejudicadas quando os investidores abandonaram apostas financiadas em ienes em ativos de risco.
Apesar da correção, estrategistas do JPMorgan Chase & Co. dizem que há poucas evidências de que as ações entraram em território de sobrevenda, como em outubro de 2023, por exemplo.
“Em nossos cálculos, para que a alocação de ações no nível global retorne aos níveis médios pós-2015, os preços das ações teriam que cair mais 8% a partir do patamar atual,” escreveram Nikolaos Panigirtzoglou e seus colegas em uma nota na quarta-feira.
-- Com informações da Bloomberg News