Ibovespa descola de aversão ao risco no exterior e sobe após corte da Selic

Principal índice de ações da bolsa brasileira operava no azul nesta quinta (3), após o Copom, do BC, cortar a taxa básica para 13,25% ao ano

Ibovespa avança com otimismo sobre juros mais baixos no Brasil; dólar sobe com cautela externa
03 de Agosto, 2023 | 10:54 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) avança nesta quinta-feira (3), na contramão dos mercados globais, em meio ao otimismo dos investidores com o corte de 0,50 ponto percentual da Selic pelo Banco Central na quarta-feira (2).

A redução da taxa básica veio acima do previsto pelo relatório Focus, que estimava corte de 0,25 pp, mas em linha com o esperado por grande parte do mercado financeiro em meio à manutenção da meta de inflação em 3% para 2026 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e queda da inflação corrente.

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No comunicado após a decisão, a autoridade monetária disse ver espaço para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária, com novos cortes nas próximas reuniões.

“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, escreveu o BC.

A decisão de cortar 0,50 pp, contudo, não foi unânime. Para especialistas de mercado, a decisão “apertada”, de cinco votos a quatro, seria um recado de que o mercado não deve esperar um aumento na intensidade do ritmo de corte, para 0,75 ponto percentual, por exemplo.

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Por volta das 11h (horário de Brasília), o Ibovespa subia 0,6%, negociado aos 121.582 pontos. O dólar, por sua vez, era negociado a R$ 4,88, com alta de 1,54% no mesmo horário.

Enquanto no Brasil a bolsa avança com a sinalização de juros mais baixos à frente, no exterior o sentimento é de aversão ao risco, com investidores ainda digerindo o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Fitch Ratings.

Em Wall Street, os índices ampliam as perdas vistas na sessão anterior. Dados de pedidos de seguro desemprego e da produção nos Estados Unidos também são acompanhados de perto.

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No âmbito corporativo, atenção para os balanços de Apple (AAPL) e Amazon (AMZN), nos EUA, e da Petrobras (PETR3; PETR4), no Brasil, todos após o fechamento do pregão.

As ações mais negociadas nesta manhã eram:

No pregão de ontem (2), o Ibovespa fechou no vermelho, com queda de 0,32%, aos 120.859 pontos. O volume das negociações ficou em R$ 1.056.587.100.

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As ações com as maiores altas foram: Cogna Educacao (COGN3), com +3,31%; JBS (JBSS3), com +2,52%; Cyrela (CYRE3), com +2,47%.

As de maior queda foram: Magazine Luiza (MGLU3), com -2,92%; Cia Siderurgica Nacional (CSNA3), com -2,92%; Locaweb (LWSA3), com -5,13%.

No ano, o Ibovespa acumulava alta de 10,14% até o pregão anterior.

Confira o desempenho dos mercados nesta manhã (às 11h, horário de Brasília):

  • Ibovespa +0,60%, aos 121.582 pontos;
  • Dólar: +1,54%, a R$ 4,88;
  • Euro: +1,30%;
  • Bitcoin: +0,09%;
  • Nos EUA, as bolsas recuavam: o S&P 500 caía 0,34%, enquanto o Nasdaq 100 cedia 0,08%;

-- Conteúdo elaborado com auxílio de dados automatizados da Bloomberg.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.