Ibovespa opera em queda e dólar cai 1% com tarifas de Trump e ata do Copom no radar

China respondeu quase que imediatamente a novas tarifas dos EUA, enquanto Canadá e México entram em acordo para o adiamento das tarifas por um mês

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) recua neste começo de tarde de terça-feira (4), com investidores de olho nos desdobramentos da política tarifária do presidente dos Estados Unidos Donald Trump e a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central.

O principal índice da B3 caía 0,33% por volta das 13h10, aos 125.500 pontos. Na véspera, o índice teve queda de 0,13%.

O dólar operava com queda de 0,95% contra o real, cotado a R$ 5,76. Se fechar em baixa, será a 12ª sessão consecutiva de perdas para a moeda americana.

Ao contrário do movimento no Brasil, o dólar ganha força globalmente. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana contra uma cesta de divisas de países desenvolvidos, avança 0,12% nesta terça-feira.

O fortalecimento da moeda americana vem na esteira da tensão comercial causada pela política tarifária do presidente Trump. A China impôs novas tarifas de 10% a 15% sobre uma série de produtos dos EUA momentos depois que o presidente americano impôs uma tarifa de 10% sobre os produtos de Pequim.

Apesar da retaliação, analistas consultados pela Bloomberg News disseram que as medidas de Pequim pareciam bastante comedidas.

As preocupações também foram atenuadas após Trump chegar a um acordo com os governos de México e Canadá para adiar a imposição de tarifas de 25% sobre os produtos importados dos dois países em um mês.

Os movimentos políticos ajudam no desempenho da renda variável americana. Enquanto os futuros do Dow Jones recuam 0,21%, os do S&P500 ficam estáveis, em leve alta de 0,01%. Já o Nasdaq futuro tem alta de 0,16%.

No cenário local, investidores também avaliam a divulgação da ata da última reunião do Copom. O Comitê reforçou a indicação de novo aumento de um ponto percentual no próximo encontro, em março.

O movimento deve levar a taxa básica de juros para o patamar de 14,25% ao ano.

- Com informações da Bloomberg News.

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