Ibovespa cai na contramão do exterior com dados econômicos e juros no radar

Investidores repercutem dados do PIB dos Estados Unidos do 2º trimestre, os resultados da Nvidia e a indicação de Galípolo à presidência do BC

Los futuros de Brasil caen entre los obstáculos de la Ley de Precatorios y más ganancias
29 de Agosto, 2024 | 10:34 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) recua nesta quinta-feira (29), com os investidores à espera de novos sinais sobre o rumo da política monetária do Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos. Às 12h40, no horário de Brasília, o principal índice de ações da bolsa brasileira caía 0,87%, aos 136.155 pontos.

O dólar, por sua vez, subia 1,29% no mesmo horário, cotado a R$ 5,63.

A revisão do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA afetou os mercados hoje. A economia dos EUA cresceu em um ritmo ligeiramente mais forte no segundo trimestre do que o inicialmente relatado, refletindo uma revisão para cima dos gastos dos consumidores, que mais do que compensou a atividade mais fraca em outras categorias.

O PIB subiu a uma taxa anualizada de 3% no período de abril a junho, acima da estimativa anterior de 2,8%, de acordo com dados do departamento de estatísticas do país publicados hoje. O principal motor de crescimento da economia – o consumo pessoal – avançou 2,9%, em comparação com a estimativa anterior de 2,3%.

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No cenário doméstico, a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central (BC) continua a movimentar o mercado.

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Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, os investidores devem adotar, em um primeiro momento, “uma postura mais cautelosa à indicação, pressionando dólar e juros, devido à insegurança no discurso de Galípolo nas últimas semanas”.

“No entanto, a reunião de 18 de setembro deve ser um divisor de águas, pois deve ficar mais claro o direcionamento de Galípolo para a política monetária local. Caso se concretize a alta de juros, podemos ver o mercado exigindo menores prêmios de risco nos ativos locais”, disse ele.

Com o fim da temporada de resultados do segundo trimestre, o foco deve voltar para o cenário macroeconômico. Os mercados estão apostando em cortes de 1 ponto percentual nas taxas até o final do ano nos EUA, mas ainda há incerteza se o Federal Reserve irá aliviar a política com um corte de 0,25 ponto no próximo mês ou com um corte maior, de 0,50pp.

O índice de inflação preferido do Fed pode fortalecer as apostas sobre o quanto e quão rápido o banco central americano aliviará a política, com os dados anuais e mensais do núcleo do PCE previstos para amanhã (30).

-- Com informações de Bloomberg News.

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.