Ibovespa cai com dados de emprego no Brasil e de inflação nos EUA

Mercados reagem a PCE que pode indicar futuros cortes nos juros dos EUA e a taxa histórica de desocupação no Brasil

Ibovespa cai com dados de emprego no Brasil e inflação nos EUA
30 de Agosto, 2024 | 10:29 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) operava em queda nas primeiras negociações desta sexta-feira (30), puxado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e pelos dados preferidos do Federal Reserve (Fed) sobre inflação nos Estados Unidos.

Às 13h18, no horário de Brasília, o principal índice de ações da bolsa brasileira caía 0,31%, aos 135.624 pontos.

O dólar, por sua vez, tinha alta de 0,28% no mesmo horário, cotado a R$ 5,64.

No Brasil, dados sobre emprego mostraram um mercado de trabalho forte. No trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego ficou em 6,8%, a menor taxa registrada no período, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A população desocupada caiu para 7,4 milhões, menor número de pessoas procurando por uma ocupação no país desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.

Leia também: PCE: núcleo de inflação nos EUA sobe 0,2% em julho e fica dentro de estimativa

Mais cedo, o Bureau de Análises Econômicas (BEA) dos EUA divulgou que o núcleo do PCE teve variação de 0,2% em julho, mesmo patamar de junho. Na comparação anual, o núcleo ficou em 2,6%, também no mesmo nível de junho, mas ainda acima da meta de inflação do Fed de 2%.

O núcleo é considerado o indicador mais importante pelo presidente do Fed, Jerome Powell, pois exclui as categorias de preços mais voláteis de energia e alimentos.

A Bloomberg Economics estimava um aumento de 2,7% em relação ao mesmo mês do ano passado.

O índice cheio do PCE também avançou 0,2% em julho, mesmo número de junho e igualmente dentro das estimativas de mercado.

No exterior, as ações avançaram após os últimos dados de inflação reforçarem as apostas de que o Federal Reserve reduzirá as taxas de juros algumas vezes ainda este ano.

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As ações subiram no início das negociações de pré-abertura em Nova York, com o S&P 500 se preparando para reduzir as perdas desta semana. O índice caminha de registrar o quarto avanço mensal consecutivo.

Os títulos do Tesouro mal se moveram, com o mercado a caminho de sua maior sequência de ganhos mensais desde 2021.

Os operadores continuaram a projetar cerca de 100 pontos-base de reduções do Fed antes do final do ano. Isso implica a possibilidade de uma redução de tamanho considerável, mas não necessariamente em setembro.

Os futuros do S&P 500 subiram 0,3%, enquanto os futuros do Nasdaq 100, que tem grande peso em tecnologia, aumentaram 0,7%. Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos subiram um ponto-base para 3,87%. O dólar permaneceu praticamente inalterado, embora esteja caminhando para o pior mês do ano.

-- Com informações de Bloomberg News.

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.