Ibovespa cai após Focus apontar para fim do ciclo de cortes em semana de Copom

Economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa Focus não veem mais cortes na taxa básica este ano e projetam juros mais elevados em 2025

Ações recuam, com destaque para varejistas e construtoras, mais sensíveis a juros
17 de Junho, 2024 | 10:37 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) opera em queda na manhã desta segunda-feira (17), com os investidores à espera da decisão sobre os juros no Brasil na quarta-feira (19) e reagindo a um relatório Focus, do Banco Central (BC), mais duro, com apostas em juros mais altos em 2024 e 2025.

Por volta das 15h53 (horário de Brasília), o principal índice de ações do mercado brasileiro caía 0,21%, negociado aos 119.412 pontos. A sessão era de queda para as blue chips Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4), bem como para varejistas e construtoras, mais sensíveis a juros.

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O dólar, no mesmo horário, subia 0,89%, a R$ 5,42.

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Mais cedo, o relatório Focus apresentou uma piora nas projeções para os indicadores econômicos, com apostas de que o BC tenha encerrado o seu ciclo de cortes de juros este ano.

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Em um contexto de aumento nas expectativas para a inflação e depreciação do real, os economistas consultados pela autoridade monetária veem agora uma taxa básica de 10,50% ao fim deste ano e de 9,50% em 2025, ante projeções anteriores de 10,25% e 9,25% ao ano, respectivamente.

A expectativa é de que o Comitê de Política Monetária mantenha a taxa Selic inalterada na reunião desta semana, em 10,50% ao ano.

Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a estimativa agora é a de alta de 3,96% em 2024, ante 3,90% no relatório anterior. Para 2025, as apostas subiram de 3,78% para 3,80%.

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Com relação ao Produto Interno Bruto (PIB), os economistas veem crescimento de 2,08% este ano, ante projeção anterior de expansão de 2,09%.

Por fim, para o câmbio, a previsão é de que o dólar feche este ano a R$ 5,13, ante R$ 5,05 no levantamento anterior.

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.