Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em queda de 0,15%, aos 130.648 pontos, nesta quinta-feira (11), em um dia marcado pela divulgação de dados da inflação de dezembro acima do esperado no Brasil e dos Estados Unidos. O dólar fechou em queda de 0,35%, a R$ 4,873.
Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4) recuperaram parte das perdas dos últimos dias. A mineradora subiu 0,53%, e os papéis preferenciais da petroleira avançaram 0,85%.
Já o Bradesco (BBDC4), que também teve uma sequência de quedas nesta semana, caiu 0,50%. Na terça-feira, o banco Goldman Sachs rebaixou a classificação para as ações do banco. Banco do Brasil e Itaú subiram.
No sentido negativo, o destaque foi a MRV (MRV3), que teve a maior queda do dia, de 11,78%. Investidores repercutiram especulações de que a empresa apresentará dados operacionais ruins do último trimestre, além de reduzir o guidance de lucro líquido. Casas Bahia, Petz, Raízen e Azul também tiveram baixas.
Entre as altas, o destaque ficou com a PRIO, que subiu 2,59% acompanhando a recuperação da cotação do petróleo.
A Eletrobras também teve um movimento relevante, com as ações preferenciais subindo 1,37% depois que a empresa realizou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) entre os acionistas e aprovou a incorporação de Furnas ao seu capital.
A assembleia só foi possível depois da autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que cassou decisões de tribunais regionais que impediam a realização.
Estados Unidos
A inflação de dezembro acima do esperado nos Estados Unidos levou os principais índices de ações a operarem boa parte do dia no negativo. Próximo do fechamento, no entanto, houve uma recuperação. O Dow Jones subiu 0,04%, o S&P 500 caiu 0,07% e o Nasdaq 100 ficou estável em 0%.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos acelerou para 0,3% em dezembro, após ter avançado 0,1% no mês anterior. Já o núcleo do CPI (medida que desconsidera preços de itens mais voláteis como alimentos e energia) também subiu 0,3% no mês, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Departamento do Trabalho americano. No acumulado de 2023, o núcleo subiu 3,9%, enquanto o indicador principal avançou 3,4%.
Estimativa mediana em pesquisa da Bloomberg indicava alta de 0,2% na base mensal e de 3,2% na anual. Já para o núcleo, as estimativas eram de aumento de 0,3% na comparação mensal e de 3,8% em 12 meses.
A visão predominante é de que o resultado do CPI não foi positivo para os ativos, mas não mudou as expectativas quanto aos rumos da política do Fed.
Os investidores estão, na sua maioria, convencidos de que as autoridades já encerraram as subidas e irão flexibilizar a política em 2024 – mesmo que isso aconteça um pouco mais tarde do que prevê o mercado.
“A chamada ‘última milha’ [da batalha contra a inflação] requer mais tempo para atingir o objetivo final”, disse Quincy Krosby, da LPL Financial. “O relatório do CPI de hoje sugere que o corte inicial das taxas do Fed pode ser mais tarde do que o mercado espera.”
Leia também
Inflação anual de 211% expõe tamanho do desafio de Milei na Argentina
ETF de bitcoin à vista recebe aprovação de regulador no mercado americano