Ibovespa cai 1,3%, e dólar sobe a R$ 5,79 com nova ameaça tarifária de Trump

Ações nos EUA já operavam em queda após divulgação do payroll nos EUA abrir caminho para juros mais altos por mais tempo

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) virou para queda nesta sexta-feira (7) acompanhando o pessimismo nos mercados globais após novas ameaças de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O principal índice da B3 caiu 1,27%, aos 124.619 pontos.

As declarações de Trump sobre a política tarifária dos EUA fortaleceram o dólar globalmente, inclusive contra o real. A divisa americana subiu 0,51% e encerrou a sessão cotada a R$ 5,79. O índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de moedas fortes, subiu 0,34%.

O presidente dos EUA disse que deve anunciar na próxima semana tarifas sobre novos países, sem especificar quais. A declaração foi dada durante uma reunião em visita ao primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba.

Após o anúncio, as bolsas americanas aprofundaram as perdas. Dow Jones caiu 0,99%, enquanto S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,95% e 1,36%.

As ações já vinham em tendência de baixa de olho na divulgação do payroll, o relatório de empregos não agrícolas dos EUA, divulgado na manhã desta sexta-feira. O relatório mostrou que 143 mil empregos foram criados no mês, e que a taxa de desemprego caiu de 4,1% para 4%. Além disso, os números do emprego de dezembro e novembro foram revistos para cima.

O payroll é o principal relatório observado pelo Fed (Federal Reserve, banco central americano) para decisões de política monetária. A avaliação inicial é que a queda na taxa de desemprego mostra um mercado de trabalho aquecido, abrindo espaço para que o Fed siga subindo os juros.

Destaque de ações

Os papéis do Bradesco (BBDC4) recuaram 3,93% após a divulgação do balanço do quarto trimestre na manhã desta sexta-feira.

O banco apresentou um lucro de R$ 5,402 bilhões, praticamente em linha com o consenso de estimativas dos analistas compiladas pela Bloomberg (R$ 5,340 bilhões). Por outro lado, o guidance do banco para 2025 indica um menor apetite a risco e potencial de crescimento.

Já o destaque internacional ficou com a Amazon (AMZN), que caiu 4% após a divulgação de seu balanço na noite de quinta-feira (6).

Isso porque a empresa alertou os investidores de que poderia enfrentar restrições de capacidade em sua divisão de computação em nuvem, apesar dos planos de investir cerca de US$ 100 bilhões neste ano.

O CEO Andy Jassy alertou que o crescimento seria “irregular” e deu a entender que a Amazon poderia enfrentar problemas de capacidade relacionados a atrasos na obtenção de hardware e falta de eletricidade suficiente.

-- Com informações da Bloomberg News.

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