Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou o último pregão de março em queda, com investidores à espera do anúncio de novas tarifas recíprocas do presidente americano Donald Trump, marcado para 2 de abril.
Nesta segunda-feira (31), o principal índice da B3 recuou 1,25%, caindo aos 130.260 pontos. No acumulado do mês, no entanto, o Ibovespa teve alta de 6,08%.
O dólar também recuou, em um movimento que devolveu parte das altas da última semana. A moeda americana caiu 0,94% contra o real e fechou março cotada a R$ 5,71.
No mês, a desvalorização do dólar alcançou 3,56%.

O foco dos investidores continua nos Estados Unidos, onde há a expectativa por uma nova leva de tarifas impostas a produtos importados a partir da próxima quarta-feira (2), data que Trump tem chamado de “dia da libertação”.
Embora o governo dos EUA ainda não tenha detalhado quais tarifas serão aplicadas, elas se somam a uma série de medidas já impostas por Trump em setores como aço, alumínio e automóveis.
Isso tem levado gestores de investimento a reduzir suas participações em ações em favor de títulos e outros ativos considerados seguros, apostando que a crescente guerra comercial levará a mais cortes nas taxas de juros pelo Fed (Federal Reserve, banco central americano) e pelo Banco Central Europeu.
Economistas do Goldman Sachs agora preveem três cortes de juros nas decisões de ambos os bancos centrais.
“Tudo se resume à incerteza sobre as tarifas”, disse Mohit Kumar, estrategista da Jefferies. “O cenário negativo para o mercado seria que 2 de abril marque apenas o início das negociações, levando a um longo período de discussões sem clareza sobre a estrutura tarifária.”
Apesar das incertezas, os principais índices de ações americanos encerraram o dia em tom misto. O Dow Jones e o S&P500 subiram 1% e 0,55%, respectivamente. Já o Nasdaq caiu 0,14%.
O risco de danos ligados às tarifas levou o S&P 500 ao seu pior trimestre desde 2022, eliminando US$ 5 trilhões de seu valor de mercado desde o recorde de 19 de fevereiro.
Já há sinais de impacto econômico. Dados da semana passada mostraram uma queda na confiança do consumidor nos EUA e um aumento nas expectativas de inflação.
A depender da escala das tarifas anunciadas, a Bloomberg Economics estima um impacto de 4% no PIB dos EUA em um período de dois a três anos, além de um aumento de 2,5% nos preços.
- Com informações da Bloomberg News.
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