Ibovespa avança com Vale e CPI abaixo do esperado nos EUA; dólar cai

Investidores repercutem hoje a desaceleração no índice de preços CPI dos Estados Unidos, ampliando apostas em um corte dos juros em setembro

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) avança nesta quinta-feira (11), com investidores repercutindo dados de inflação abaixo do esperado nos Estados Unidos.

O núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, que desconsidera preços de itens mais voláteis como os de alimentos e energia, subiu 0,1% em junho na comparação mensal. A expectativa, segundo economistas consultados pela Bloomberg, era de avanço de 0,2% pelo segundo mês consecutivo.

Já o índice principal do CPI teve variação negativa de 0,1% no mês, após ficar estável (0,0%) em maio; em 12 meses avançou 3%. O consenso das estimativas apontava para altas de 0,1% e 3,1%, respectivamente.

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O resultado ajuda a solidificar as projeções de que o Federal Reserve começará a cortar as taxas de juros em setembro, marcando o primeiro passo para flexibilizar a política monetária após o aperto mais agressivo desde o início da década de 1980.

Em Wall Street, o S&P 500 subiu pelo sexto dia consecutivo na terça, sua mais longa sequência de ganhos desde janeiro, após o presidente do Fed, Jerome Powel, enfatizar os crescentes sinais de um mercado de trabalho em desaceleração em comentários ao Senado. O Nasdaq 100 também atingiu um recorde.

Por volta das 10h20 (horário de Brasília), o principal índice de ações da bolsa brasileira subia 0,58%, negociado aos 127.951 pontos. A sessão é de ganhos para a Vale (VALE3), em dia de alta para o minério de ferro. O dólar, por sua vez, cedia 0,44%. a R$ 5,39.

Os investidores também ficam de olho nesta quinta aos balanços de empresas como Delta e PepsiCo, em busca de sinais sobre a saúde do consumidor dos EUA, antes dos números trimestrais do JPMorgan, Wells Fargo e Citigroup.

Na agenda doméstica, as vendas no varejo brasileiro subiram 1,2% em maio na comparação mensal, acima da expectativa de economistas do mercado financeiro. Na comparação com maio de 2023, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 8,1%.

Estimativa mediana em pesquisa da Bloomberg apontava para um avanço de 4,4% na comparação anual, após alta de 2,2% na medição anterior, e para uma queda de 0,5% na base mensal.

Os dados sinalizam que o consumo tem se mantido forte mesmo em um contexto de Selic a dois dígitos, dificultando o trabalho do banco central em cortar juros na maior economia da América Latina.

-- Com informações da Bloomberg News