Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) tenta se manter no campo positivo nesta terça-feira (6), em um dia de recuperação das bolsas globais após o selloff da sessão anterior, e com investidores analisando uma ata do Comitê de Política Monetária (Copom) mais “hawkish”.
Por volta das 10h30 (horário de Brasília), o principal índice de renda variável da bolsa brasileira subia 0,13%, aos 125.433 pontos. O dólar, por sua vez, cedia 1,22% a R$ 5,66.
Pela manhã, o Banco Central divulgou a ata da última reunião do Copom, que decidiu na semana passada de forma unânime pela manutenção da Selic em 10,50% ao ano, pela segunda vez consecutiva.
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Reforçando um cenário global de maior incerteza e movimentos cambiais mais abruptos, que exigem maior cautela na condução da política monetária doméstica, o Comitê diz no texto que a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente para consolidar não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno da meta.
O destaque da ata recai sobre o trecho de que o BC “não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”. A autoridade monetária, contudo, não forneceu guidance.
No cenário global, as bolsas se recuperam nesta terça após temores reforçados sobre uma recessão nos Estados Unidos terem levado a uma venda generalizada das ações ao redor do mundo.
De Nova York a Londres e Tóquio, as ações foram atingidas. No momento em que os mercados começaram a comemorar os sinais mais evidentes do Federal Reserve sobre um primeiro corte na taxa de juros em setembro, eles foram atingidos por uma espécie de tempestade perfeita: dados econômicos fracos, lucros corporativos abaixo do esperado, posicionamento esticado e tendências sazonais ruins.
Embora os índices acionários globais apontem para uma retomada, alguns estrategistas afirmam que o tombo pode não ter acabado.
Isso porque o comportamento do investidor durante uma forte tendência de queda costuma começar com um nervosismo na quinta-feira, depois uma corrida para se proteger na sexta e venda generalizada na segunda seguinte, de acordo com Brent Donnelly, trader veterano do mercado americano e presidente da empresa de research Spectra Markets.
Os números históricos apoiam a tese. O padrão já se repetiu 582 vezes desde 1928, com quedas consecutivas entre a quinta-feira e a segunda seguinte, e uma recuperação média de 0,2% na terça, segundo dados compilados pelo estrategista macro Cameron Crise, da Bloomberg.
-- Com informações da Bloomberg News