Ibovespa atinge o maior patamar no ano e dólar cai com expectativa de alívio em tarifas

Trump sinalizou que estaria disposto a reduzir as taxas sobre a China, enquanto porta-voz do Ministério do Comércio chinês cobrou o fim das tarifas unilaterais dos EUA

After Hours
24 de Abril, 2025 | 06:26 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou a sessão desta quinta-feira (24) em alta, acompanhando os índices americanos, que subiram apesar das incertezas envolvendo a guerra comercial entre Estados Unidos e China.

O principal índice da B3 avançou 1,79%, aos 134.580 pontos, o maior nível de fechamento em 2025 e o patamar mais alto desde setembro do ano passado.

PUBLICIDADE

O dólar, por sua vez, caiu abaixo da marca dos R$ 5,70. A divisa americana recuou 0,47% contra o real, cotado a R$ 5,692.

Fechamento 24/04/2025

A queda do dólar acompanhou o clima de incerteza em torno das negociações entre EUA e China.

Após o presidente Donald Trump sinalizar que estaria disposto a reduzir as tarifas impostas, a China respondeu dizendo que não há conversas consistentes para chegar a um acordo.

PUBLICIDADE

“Os EUA devem responder às vozes racionais da comunidade internacional e dentro de suas próprias fronteiras e remover completamente todas as tarifas unilaterais impostas à China, se realmente quiserem resolver o problema”, disse o porta-voz do Ministério do Comércio, He Yadong, em uma reunião na quinta-feira (24) em Pequim.

Yadong também rejeitou as especulações de que houve progresso nas comunicações bilaterais, e disse que “quaisquer relatos sobre o avanço das negociações são infundados” e pedindo aos EUA que “demonstrem sinceridade” se quiserem fazer um acordo.

Apesar do revés, o recuo de Trump foi suficiente para continuar impulsionando as bolsas americanas, que fecharam em alta nesta quinta-feira, com o S&P500 avançando 2,03%. Nasdaq e Dow Jones tiveram altas de 2,74% e 1,23%, respectivamente.

PUBLICIDADE

O S&P 500 registrou três dias de ganhos acima de 1,5%, o que equivale à maior sequência de ganhos dessa magnitude desde 1974, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

“Agora que o mercado recuperou uma parte razoável de suas perdas, ele pode iniciar o processo de manter essa toada”, disse David Laut, diretor de investimentos da Abound Financial. “Embora a recuperação não seja linear, é encorajador ver o mercado começar a precificar um ambiente pós-tarifário.”

- Com informações da Bloomberg News.

PUBLICIDADE

Leia também

Dólar em baixa: Tarifas podem levar moeda ao menor valor em uma década, diz Deutsche

Euro desponta como alternativa ao dólar diante de guerra comercial de Trump

Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.