Bloomberg Línea — O mercado de capitais brasileiro, tanto em ações quanto em dívida, reabriu de maneira importante e trouxe “oportunidades interessantes” de alocação em junho, escreveu a Verde Asset em carta enviada aos cotistas e divulgada nesta segunda-feira (10).
As posições em ações no Brasil, inclusive, voltaram a beneficiar o fundo Verde FIC FIM no último mês, contribuindo para os ganhos de 1,62%, ante variação de 1,07% do CDI no período.
Além de um ambiente externo mais favorável, que contrariou as expectativas do mercado financeiro, uma cena doméstica “com inflação cadente, reduzido nível de ruído político e manutenção da meta de inflação em 3% para 2026″ contribuiu para maior apetite ao risco.
O Ibovespa (IBOV), por exemplo, encerrou junho com ganhos de 9%, em seu melhor mês desde novembro de 2020, quando foram aprovadas as vacinas contra a covid-19.
A avaliação da renomada gestora de Luis Stuhlberger é a de que os sinais apontam cada vez mais para um início de ciclo de corte de juros em agosto.
“Começamos a ver sinais muito incipientes de mudança de comportamento dos investidores na direção de ativos de maior risco, e acreditamos que à medida que o juro cair tal fenômeno deve se intensificar.”
Na carta enviada aos cotistas e referente ao mês de junho, a Verde Asset cita alguns dos motivos para a forte alta das bolsas globais no mês passado – mesmo diante de um cenário mais hawkish (favorável a juros mais altos) no exterior.
A gestora destaca uma lucratividade das empresas melhor que o temido, uma economia americana mais resiliente, arrefecimento da pressão de custo e o boom da inteligência artificial (IA), empurrando os múltiplos para cima e criando um “círculo virtuoso”.
“Nossa suspeita é que taxas de juro reais de mais de 2,00% nos Estados Unidos representam um nível suficientemente apertado para atrapalhar a performance dos ativos de risco, dados os preços atuais”, escreveu o time de gestão.
Alocação
Para julho, o fundo voltou a ter uma exposição pequena vendida (aposta na queda) em bolsa global, mantendo alocação relevante no mercado brasileiro.
O multimercado tem posição comprada (aposta na alta) em inflação implícita no Brasil e tomada (que ganha com a alta das taxas) em juros na parte curta da curva.
Foi reduzida, contudo, a posição comprada em inflação nos EUA, com fatia aplicada no juro real americano, à espera da queda nas taxas.
As posições em crédito high yield (de maior risco) global e local também foram mantidas.
Desempenho no ano
No acumulado do ano, o multimercado Verde FIC FIM, carro-chefe da casa, sobe 4,91%, ante um benchmark de 6,50%.
Segundo a Verde, os principais ganhos no mês passado vieram das posições em ações no Brasil, em operações de juros nos Estados Unidos e Europa, no livro de crédito e na posição de inflação implícita americana.
Já as perdas vieram do hedge (proteção) em inflação implícita no Brasil, das posições de commodities, especialmente ouro, bolsa global e juros no Japão.
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