Hermès chega a € 300 bilhões em valor de mercado e desafia LVMH no topo do luxo

Fabricante da bolsa Birkin tem se aproximado de sua arquirrival LVMH, avaliada em € 358 bilhões nesta sexta-feira (14), ainda que tenha menos de 20% das receitas do grupo de Bernard Arnault

O valor de mercado da Hermès subiu para cerca de 86% do valor da LVMH, embora ela tenha menos de um quinto da receita de sua rival
Por Angelina Rascouet
14 de Fevereiro, 2025 | 07:53 AM

Bloomberg — A Hermès ultrapassou o nível de € 300 bilhões em valor de mercado na sexta-feira (14), o que faz com que a fabricante da famosa bolsa Birkin se aproxime de sua arquirrival LVMH do setor de luxo.

As ações da Hermès International atingiram um recorde depois que a empresa divulgou resultados que superaram as estimativas no quarto trimestre, avaliando-a em cerca de 307 bilhões de euros (US$ 322 bilhões) a partir das 9h24 no horário de Paris.

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O movimento ocorre menos de dois anos depois que a empresa ultrapassou a marca de 200 bilhões de euros em abril de 2023.

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O aumento permitiu que a Hermès diminua a diferença em relação à maior empresa do índice CAC 40 da Bolsa de Paris, a LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton), de Bernard Arnault.

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A dona da marca Christian Dior, que tentou comprar a Hermès, mas não conseguiu, há mais de quatorze anos, está avaliada atualmente em cerca de 358 bilhões de euros.

A Hermès também se distancia cada vez mais de pesos pesados da economia na Europa, como a fabricante de aviões Airbus e o grupo de energia TotalEnergies - ambos com capitalizações de mercado que são menos da metade da fabricante de bolsas e lenços de alto luxo.

Valor de mercado da Hermès têm subido em particular nos últimos cinco anos e se aproxima da LVMH e se distancia da Kering

A alta destaca mais uma vez o papel extraordinário que o setor de luxo desempenha no mercado francês. Além disso, mostra o desempenho relativo das ações das duas empresas: o valor de mercado da Hermès subiu para cerca de 86% do valor da LVMH, embora ela tenha menos de um quinto da receita de sua rival.

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Para a Hermès, uma base de clientes leais e abastados que ainda fazem alarde de suas bolsas de couro e fragrâncias exclusivas a manteve forte, enquanto outras marcas, como a Burberry ou a Gucci, da Kering, enfrentaram dificuldades em meio a reviravoltas do mercado.

Até mesmo a Dior, da LVMH, mostrou sinais de fraqueza depois de aumentar os preços muito rapidamente nos últimos anos.

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Um senso de exclusividade bem calibrado e a escassez administrada convergiram em uma estratégia vencedora para a Hermès.

O modelo de negócios com restrição de oferta garantiu que a demanda por suas cobiçadas bolsas, como a Birkin - batizada em homenagem à falecida cantora e atriz britânica Jane Birkin - e a Kelly - inspirada na princesa Grace Kelly - superasse a oferta.

Fundada como fabricante de arreios em 1837, a Hermès tem grande poder de precificação e listas de espera para seus produtos.

-- Com a colaboração de Blaise Robinson.

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