Bloomberg — Um corte na taxa de juros do Federal Reserve (Fed) pode sinalizar problemas para a economia, de acordo com estrategistas do Bank of America (BAC).
As ações dos Estados Unidos têm se recuperado desde outubro passado, dado que a economia e os lucros das empresas se mantiveram resilientes apesar do ambiente de taxas mais altas por mais tempo.
Os investidores esperam que o banco central dos EUA comece a flexibilizar sua política monetária antes que o crescimento econômico seja significativamente prejudicado.
Mas Michael Hartnett, estrategista do Bank of America, disse que um corte nas taxas do Fed seria o “primeiro indício de problemas”, com a chance crescente de um pouso forçado - o hard landing - se o mercado ficar mais confiante em taxas mais baixas no segundo semestre de 2024.
Os traders têm consistentemente adiado as expectativas de um corte do Fed ao longo deste ano, e agora veem o primeiro em setembro. Se eles aumentarem as apostas em uma redução das taxas e as ações cíclicas economicamente sensíveis não conseguirem se recuperar, os títulos terão um desempenho superior diante do receio ampliado de uma desaceleração significativa, disse Hartnett.
Os dados de emprego em maio, que serão divulgados nesta sexta-feira (7), fornecerão novas informações sobre a saúde da economia dos EUA. A expectativa é a de uma aceleração modesta em maio em relação ao mês anterior. Isso produziria um arrefecimento no crescimento médio de empregos nos três meses mais recentes, aumentando as evidências de que o mercado de trabalho tem esfriado.
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Por outro lado, qualquer sinal de que o mercado de trabalho ainda está aquecido pode assustar investidores, pois reduziria as chances de um corte nos juros.
Por enquanto, os investidores continuam a despejar dinheiro em ações, com os fundos dedicados nos EUA recebendo US$ 4,6 bilhões na sétima semana seguida de ingressos líquidos, de acordo com a nota do BofA, citando dados da EPFR Global. Os títulos com grau de investimento receberam US$ 5,8 bilhões, a 32ª semana consecutiva de entradas.
--Com a ajuda de Sagarika Jaisinghani.
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