Bloomberg — Os investidores devem vender ações europeias que obtêm a maior parte de suas vendas da China devido à desaceleração do consumo no país e ao aumento das tensões comerciais, disseram os estrategistas do Goldman Sachs (GS).
A equipe, liderada por Lilia Peytavin, recomenda, em vez disso, a compra de empresas europeias com alta exposição aos EUA - Novo Nordisk e BP são alguns dos principais nomes desse grupo.
Os estrategistas alertaram sobre o fraco apetite dos consumidores na China, a intenção do país de taxar produtos de luxo e a probabilidade de Pequim retaliar o aumento das tarifas da União Europeia sobre as importações de veículos elétricos. Na forma atual, a cesta de ações europeias do Goldman é composta principalmente por empresas dos setores de luxo, automotivo, recursos básicos e semicondutores.
“Embora uma grande quantidade de rebaixamentos de lucros já tenha ocorrido no acumulado do ano para nossa cesta de luxo, nos preocupamos com a possibilidade de que ocorram mais”, escreveu Peytavin em uma nota nesta quarta-feira (10). “Além disso, o prêmio do valuation da cesta foi desinflado, mas continua no nível mais alto de sua história.”
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Algumas das maiores empresas da Europa estão entre as que o Goldman está vendendo a descoberto.
Entre elas estão as empresas de luxo LVMH e L’Oreal, que obtêm, respectivamente, 17% e 21% de suas vendas na China. A fabricante de cosméticos alertou no mês passado que esperava um crescimento mais lento para o mercado de beleza em 2024 devido à fraqueza da China após anos de forte crescimento.
Da mesma forma, a Mercedes-Benz tem uma exposição de 36% nas vendas para a China, a maior entre os fabricantes de automóveis europeus.
Enquanto isso, empresas com exposição aos EUA têm perspectiva melhor, disseram os estrategistas.
Com Donald Trump atualmente liderando as pesquisas na corrida para a Casa Branca, um resultado que provavelmente beneficiará o dólar, as ações da cesta do Goldman provavelmente ganharão se a moeda americana se valorizar. A seleção é composta em grande parte por ações de saúde e mídia, o que as torna relativamente defensivas.
Uma empresa como a Novo, fabricante do medicamento para perda de peso Wegovy, obtém 59% de suas receitas dos EUA. Outros nomes incluem a Pearson, listada em Londres, e a BAE Systems.
Esse grupo "provavelmente se sairia bem no caso de uma escalada tarifária, já que a maioria de suas empresas tem operações diretas nos EUA", disseram os estrategistas.
A cesta está sendo negociada perto do menor prêmio preço/lucro futuro de 12 meses em relação ao índice Stoxx Europe 600 desde a crise financeira global, o que torna as ações relativamente baratas, disseram os estrategistas.
"Um dólar mais forte, se tudo o mais for igual, é bom para as empresas europeias com exposição aos EUA", disse Peytavin.
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