Goldman prevê ouro a US$ 4.000 diante da busca de investidores por refúgios

O aumento dos riscos e as compras de bancos centrais maiores do que o esperado têm sustentado os ganhos do ouro; UBS vê prevê alta

Os fluxos recentes surpreenderam positivamente, disseram analistas do Goldman Sachs. (Foto: Chris Ratcliffe/Bloomberg)
Por Sybilla Gross
14 de Abril, 2025 | 11:50 AM

Bloomberg — O Goldman Sachs e o UBS divulgaram mais uma rodada de previsões otimistas para o ouro.

As expectativas para o preço do metal têm sido sustentadas diante da demanda dos bancos centrais mais forte do que o esperado e do papel do ouro como um hedge contra recessão e riscos geopolíticos.

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Analistas do Goldman, incluindo Lina Thomas, agora preveem que o ouro subirá para US$ 3.700 a onça até o final deste ano — com os preços previstos para atingir US$ 4.000 a onça em meados de 2026.

Já a estrategista do UBS, Joni Teves, prevê que a onça do ouro pode chegar a US$ 3.500 até dezembro de 2025, de acordo com duas notas separadas na sexta-feira.

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As novas projeções surgem após o ouro ter subido 6,6% na semana passada. Os preços atingiram um novo recorde acima de US$ 3.245 a onça na segunda-feira.

Os dois bancos divulgaram suas atualizações anteriores em março, sinalizando um forte consenso otimista sobre o ouro em um ambiente de incerteza, diante das políticas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que agitaram os mercados globais.

Os analistas do Goldman Sachs afirmaram que as compras do setor oficial devem ficar em torno de 80 toneladas, em média, por mês este ano — acima da estimativa anterior de 70 toneladas — e reiteraram sua recomendação de posição comprada em ouro.

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O aumento dos riscos de recessão também provavelmente impulsionaria os fluxos de entrada em fundos negociados em bolsa lastreados em ouro, acrescentaram os analistas.

“Os fluxos recentes surpreenderam positivamente, provavelmente refletindo a demanda renovada dos investidores por hedge contra o risco de recessão e a queda nos preços dos ativos de risco”, disseram os analistas do Goldman Sachs.

Eles acrescentaram que os economistas do banco agora preveem uma chance de 45% de recessão. Se tal cenário ocorrer, “os fluxos de ETFs podem acelerar ainda mais e elevar os preços do ouro para US$ 3.880 a onça até o final do ano”.

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Enquanto isso, o UBS espera uma forte demanda de vários segmentos de mercado — incluindo bancos centrais, gestores de ativos de longo prazo, fundos macro, clientes de alta renda e investidores de varejo — à medida que as mudanças no comércio global e os cenários geopolíticos reforçam a necessidade de alocação em portos seguros.

Ainda assim, há espaço para maior exposição ao ouro, com o posicionamento de mercado ainda não muito saturado, disse Teves.

“A proporção entre as posições em ouro e os ativos totais dos fundos tem o potencial de exceder os níveis atingidos em 2020, embora não necessariamente atinja o pico de 2012-2013”, escreveu ela.

Teves acrescentou que a base de investidores em ouro se ampliou desde o choque financeiro de 2008. “A incerteza persistente aumenta a necessidade de diversificar as carteiras, beneficiando o ouro.”

Enquanto isso, condições de liquidez mais restritas — em parte devido ao crescimento limitado da oferta de minas e às grandes quantidades de ouro retidas em reservas de bancos centrais e em ETFs — podem ajudar a exagerar os movimentos de preços, afirmou Teves.

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