Bloomberg — Apenas alguns meses depois de estabelecer um preço-alvo para o índice S&P 500 em 2024, os estrategistas do Goldman Sachs (GS) aumentaram sua previsão pela segunda vez, à medida que o mercado de ações superou a marca dos 5.000 pontos este mês.
“A estimativa de lucros maiores é o motivo para a revisão”, escreveu uma equipe liderada por David Kostin em uma nota aos clientes na sexta-feira (16).
Kostin agora vê o S&P 500 subindo para 5.200 pontos até o final deste ano, elevando sua previsão em cerca de 2% em relação ao patamar de 5.100 previsto em dezembro. A nova projeção implica alta de 3,9% em relação ao fechamento de sexta-feira (16).
Em novembro, o banco americano projetou inicialmente que o S&P 500 atingiria 4.700 pontos até o final deste ano.
Os estrategistas da empresa atualizaram sua previsão de lucro por ação para o ano de US$ 241 e US$ 256 em 2025, em comparação com US$ 237 e US$ 250 anteriormente.
Isso reflete sua expectativa de “crescimento econômico mais forte e lucros mais altos” para os setores de tecnologia da informação e serviços de comunicação, que contêm cinco das chamadas ações “Magnificent Seven”, incluindo Apple (AAPL), Microsoft (MSFT), Nvidia (NVDA), Alphabet (GOOGL) e Meta (META).
A nova estimativa fica acima da previsão mediana do mercado financeiro de US$ 235.
Os estrategistas do Goldman esperam que os múltiplos de valuation tanto para o S&P 500 quanto para seus pares de igual peso permaneçam próximos dos níveis atuais – entre 20 e 16 vezes o lucro, respectivamente, “tornando o crescimento dos lucros o principal impulsionador do crescimento ao longo deste ano”.
O índice S&P 500 sobe 4,9% este ano, impulsionado pelas expectativas de uma mudança de política dovish (isto é, favorável a juros mais baixos) pelo Federal Reserve e pelo otimismo da inteligência artificial que impulsionou as ações de tecnologia.
Os lucros das empresas do índice devem crescer 8,8% em 2024 em comparação com o ano anterior, de acordo com dados compilados pela Bloomberg Intelligence.
O S&P 500 atingiu sua alta histórica pela primeira vez em dois anos em janeiro, enquanto o Nasdaq 100 atingiu sua primeira alta em período semelhante em dezembro, depois que o Fed sinalizou que suas altas agressivas de juros para conter a inflação provavelmente acabaram e que reduções devem vir em 2024.
Outros bancos de Wall Street, como o Bank of America (BAC), têm sinalizado disposição de possivelmente elevar seus preços-alvo de fim de ano também com a ideia de que os investidores não estão otimistas o suficiente.
A mediana de projeção para o S&P 500 em pesquisa da Bloomberg com estrategistas de ações está atualmente em 4.950 pontos até meados de janeiro.
“O maior risco para o S&P 500 no curto prazo é o crescimento”, disse Savita Subramanian, do Bank of America, na Bloomberg TV no início deste mês. “Nosso preço-alvo de 5.000 pontos provavelmente é baixo demais no curto prazo.”
Até mesmo Michael Wilson, do Morgan Stanley (MS), uma das vozes mais proeminentes e bearish (favorável a juros mais altos) de Wall Street, agora espera que os ganhos no mercado de ações dos EUA se ampliem para áreas menos populares do que as grandes empresas de tecnologia que dominaram a alta até agora.
O preço-alvo dele para 2024 permanece em 4.500 pontos, implicando queda de cerca de 10% em relação ao fechamento da última sexta-feira.
-- Com a colaboração de Elena Popina.
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