Gigantes de private equity recorrem a fundos soberanos para realizar M&As

Empresas como KKR, EQT e Brookfield têm buscado sociedade com fundos estatais de países do Oriente Médio, como o Mubadala, de Abu Dhabi

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Bloomberg — Fundos soberanos têm gastado bilhões de dólares em aquisições de private equity, o que ajuda a dar impulso aos negócios na área em um ano em que outras fontes de financiamento tiveram redução.

KKR (KKR), EQT (EQT) e Brookfield (BAM) recorreram a países ricos do Golfo Pérsico para desembolsar grande parte dos fundos para grandes negócios nas últimas semanas.

Fundos soberanos gastaram um recorde de US$ 17,2 bilhões em tais coinvestimentos no primeiro semestre, um aumento de 24% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o provedor de dados Global SWF.

Embora a parceria em acordos não seja incomum, o volume de capital que esses investidores apoiados pelo estado têm oferecido aumentou à medida que as empresas de private equity lidam com dívidas mais custosas.

A Autoridade de Investimentos de Abu Dhabi (ADIA) contribuiu com pelo menos 1 bilhão de libras (US$ 1,3 bilhão) para a aquisição de 4,5 bilhões de libras da farmacêutica veterinária Dechra Pharmaceuticals pelo EQT anunciada em junho.

Investidores do Oriente Médio, incluindo os fundos soberanos Mubadala Investment e ADQ, colocaram cerca de 1,2 bilhão de libras na aquisição da processadora de pagamentos Network International pela Brookfield por 2,2 bilhões de libras, de acordo com uma análise de documentos regulatórios no mês passado.

A KKR também busca atrair a ADIA para sua oferta de US$ 25 bilhões pela rede fixa da Telecom Italia, dona da TIM Brasil, informou a Bloomberg News na semana passada.

“Os fundos soberanos geralmente podem se mover muito rapidamente, podem ser flexíveis e ter grandes quantidades de capital – podem ser um provedor de capital extremamente útil”, disse Elizabeth Todd, sócia do escritório de advocacia Ropes & Gray.

“Onde encontram um ativo do qual gostam, não se sentem limitados a pequenos investimentos minoritários com direitos passivos de governança.”

Um executivo sênior de um dos principais fundos soberanos globais disse que tem incentivado empresas de aquisição a buscar compras de maior porte, mesmo no atual mercado de financiamento restrito.

Manifestaram sua disposição de apoiar acordos com valores de capital mais elevados para reduzir o ônus do comprador, disse a pessoa, acrescentando que seu fundo precisa participar de mais transações desse tipo para alcançar sua maior alocação de capital privado.

Somente em março, fundos soberanos participaram de mais de US$ 25 bilhões em grandes aquisições. O estatal GIC e a Temasek, de Singapura, contribuíram com US$ 1,8 bilhão para a compra da concessionária de energia australiana Origin Energy pela Brookfield por 18,7 bilhões de dólares australianos (US$ 12,7 bilhões), de acordo com uma carta a investidores.

As aquisições ocorrem quando juros mais altos obrigam empresas de private equity a usar menos dinheiro emprestado para pagar pelos acordos, reduzindo potencialmente seus retornos.

Em muitos casos, têm gastado muito mais antecipadamente com a esperança de que possam adicionar mais dívida em um estágio posterior.

“O financiamento bancário está menos disponível”, disse Todd, que trabalha na prática de private equity da Ropes & Gray, em Londres. “O coinvestimento pode ajudar a preencher a lacuna.”

Investimento ativo

Os fundos soberanos querem mais. À medida que a captação de fundos de private equity se torna mais difícil, pedem acesso garantido ao fluxo de acordos em troca de oferta de capital para um novo fundo, de acordo com participantes do setor. Esse dinheiro extra oferecido para coinvestimentos geralmente tem o benefício adicional de não estar sujeito a taxas de comissão.

James Burdett, sócio do escritório de advocacia Baker & McKenzie, disse que também há muitos recursos de fundos soberanos destinados a aquisições de private equity de empresas não listadas.

“Vimos alguns tíquetes significativos em transações de private equity levadas por fundos soberanos do Oriente Médio e outros investidores institucionais”, disse. “Os investidores soberanos têm adotado há algum tempo uma estratégia de investimento mais ativa, semelhante às estratégias que vários fundos de pensão da América do Norte implementaram com sucesso nos últimos anos.”

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