Gestores estão menos otimistas com o Ibovespa, mostra pesquisa do Bank of America

Em levantamento mensal com o mercado, banco americano destaca que a maior parte dos entrevistados vê o Ibovespa entre 120 mil e 130 mil pontos ao fim de 2024

Foto: Benjamin Girette/Bloomberg
18 de Outubro, 2023 | 01:11 PM

Bloomberg Línea — Gestores de fundos de investimento na América Latina estão menos otimistas com o desempenho da bolsa brasileira nos próximos meses, segundo levantamento mensal do Bank of America (BAC) divulgado nesta semana.

A maior parte dos entrevistados (cerca de 45%) vê o Ibovespa (IBOV) negociando entre 120 mil e 130 mil pontos ao fim de 2024. O patamar implica um potencial de alta (upside) de até 12,2% em relação ao fechamento de terça-feira (17).

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No levantamento anterior, de setembro, as apostas se concentravam no intervalo dos 130 mil a 140 mil pontos.

A mudança ocorre em momento de maior volatilidade dos mercados diante do conflito no Oriente Médio entre Israel e Hamas e das preocupações com as altas taxas de juros nos Estados Unidos, que levaram a um selloff de títulos de longo prazo do Tesouro americano nas últimas semanas.

Em outubro, o Ibovespa cai 0,6% até terça (17), impactado negativamente por empresas mais sensíveis a juros.

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Na avaliação dos gestores consultados pelo Bank of America (BofA), os investidores pessoas físicas só devem voltar para a bolsa quando a Selic alcançar os 10% ao ano. Atualmente, a taxa básica de juros está em 12,75% ao ano.

A maior parte dos entrevistados se divide nas apostas para a Selic ao final do ciclo de flexibilização monetária em curso. Enquanto uma parte vê os juros entre 9,75% e 9,50%, outra estima uma Selic terminal mais alta, entre 9,75% e 10,50% ao ano.

Para o câmbio, a maior parte dos entrevistados vê o dólar entre R$ 4,81 e R$ 5,10 ao fim de 2024.

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Segundo o BofA, 50% dos entrevistados planejam aumentar a alocação em ações nos próximos seis meses, em linha com o levantamento anterior.

Porém, com uma cena externa mais desafiadora, apenas 9% disseram estar tomando mais risco do que o normal, abaixo da média histórica de 21% da pesquisa. Ainda assim, somente 29% têm adotado proteções na carteira contra uma forte queda no mercado de ações – abaixo da média de cerca de 35%.

As elevadas taxas de juros nos Estados Unidos são consideradas o principal fator de risco para a região, segundo os investidores consultados. Na sequência, aparecem um dólar mais forte e efeitos advindos da China e do mercado de commodities.

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As maiores posições overweight (acima da média do mercado, equivalente a compra) estão nos setores de energia, no financeiro e no de utilities. Já as maiores posições underweight (abaixo da média do mercado, equivalente a venda) concentram-se em bens de consumo, serviços de telecomunicações e no setor industrial.

Participaram da edição de outubro da pesquisa “Latam Fund Manager Survey” do BofA 34 gestores de fundos que, juntos, somam US$ 103,5 bilhões em ativos sob gestão.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.