Galípolo nega que BC ficou no ‘corner’ e diz que todas as opções estão na mesa

Diretor de política monetária rebateu críticas de que a instituição seria forçada a subir os juros em setembro depois de suas declarações recentes

Gabriel Galipolo
Por Barbara Nascimento - Maria Eloisa Capurro
22 de Agosto, 2024 | 05:23 PM

Bloomberg — O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, rebateu as críticas dos investidores de que a instituição deve ser forçada a subir a taxa de juros em setembro, enfatizando que todas as opções de política monetária estão sobre a mesa.

A autoridade monetária é dependente de dados e monitora muitos conjuntos de informações, disse Galípolo, que é um dos nomes mais cotados para se tornar o próximo presidente do BC, em um evento em São Paulo nesta quinta-feira (22).

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Os comentários sobre o balanço de riscos sobre a inflação não constituem uma orientação, disse Galípolo, acrescentando que ele não endossa as expectativas dos operadores que mostram aumentos na taxa de juros a partir do próximo mês.

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“Quero discordar da interpretação de que nossos discursos recentes colocaram o Banco Central em um corner em relação ao que fazer”, disse Galípolo.

Nesta semana, o sócio-fundador da Verde Asset Luis Sthulberger afirmou durante participação em um painel que falas recentes do diretor do BC colocaram a autoridade monetária em um corner, ao comentar a possibilidade de aumento da Selic diante do aumento das expectativas de inflação.

O Banco Central sinalizou este mês que não hesitará em aumentar a taxa de juros à medida que as previsões de inflação subirem acima da meta de 3%.

A mudança de postura hawkish de sua cúpula, incluindo Galípolo, fez com que os investidores reforçassem as apostas em uma série de aumentos da Selic de pelo menos 0,25 ponto percentual cada, a partir do próximo mês. Ainda assim, alguns investidores dizem que o influente diretor foi longe demais em suas observações.

O real brasileiro atingiu a mínima da sessão no pregão da tarde durante os comentários de Galípolo, caindo 1,8% em relação ao dólar.

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-- Com informações complementares da Bloomberg Línea

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