Bloomberg — Os futuros de ações dos EUA operam em alta nesta sexta-feira (14), à medida que os riscos de uma paralisação orçamentária diminui, o que melhora o sentimento do mercado.
Os contratos do S&P 500 avançaram 0,8%, já que um projeto de lei provisório de financiamento parecia prestes a ser aprovado, o que evitaria a paralisação do governo dos EUA.
Isso representa uma mudança de humor depois que o índice de referência estendeu sua sequência de três semanas de quedas para além de 10% na quinta-feira, atingindo o limiar técnico para uma correção.
Na Europa, o índice Stoxx 600 subiu 0,4%. A Kering despencou 11%, pois a escolha de um designer para liderar a reformulação da Gucci decepcionou os investidores.
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Na Ásia, o índice CSI 300, que reúne ações da China continental, atingiu o nível mais alto do ano, impulsionado por expectativas de mais apoio político para estimular o consumo.
Os títulos do Tesouro dos EUA devolveram parte dos ganhos da sessão anterior, quando investidores correram para ativos de refúgio, movimento que elevou o ouro a um recorde e fortaleceu o dólar. Os ganhos da moeda americana se estenderam para sexta-feira, com o índice do dólar avançando pelo terceiro dia consecutivo.
A libra esterlina enfraqueceu nesta sexta-feira, após dados mostrarem que a economia do Reino Unido encolheu inesperadamente no início de 2025. O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,1% em janeiro, impactado por quedas na manufatura e construção. Economistas esperavam um crescimento de 0,1%.
Caso os parlamentares em Washington evitem uma paralisação do governo eliminaria uma incerteza para os investidores, que já estão preocupados com as ameaças ao crescimento econômico dos EUA decorrentes da guerra tarifária do presidente Donald Trump.
Dois meses após o início da presidência de Trump, o sentimento em Wall Street mudou do otimismo para a apreensão.
A queda das ações em Wall Street já apagou US$ 5 trilhões do mercado acionário dos EUA, à medida que investidores reduziram riscos e alguns transferiram recursos para mercados na Europa e na Ásia.
“É um ambiente muito volátil e esperamos que isso continue no futuro próximo”, disse Thomas Taw, chefe de estratégia de investimentos para a APAC da BlackRock, em entrevista à Bloomberg Television. Segundo ele, mercados de ações “como o da Europa e, em certa medida, da China” surgiram como oportunidades atraentes, à medida que as ações dos EUA recuaram de suas máximas históricas.
De acordo com Michael Hartnett, do Bank of America, a recente queda das ações nos EUA representa uma correção técnica, e não o início de um novo mercado de baixa, pois provavelmente levará a uma intervenção política.
O S&P 500 caiu 10% desde seu pico em fevereiro, entrando em território de correção. Um mercado de baixa é caracterizado por uma queda de 20% a partir de uma máxima recente.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de sexta-feira (14):
- BMW avalia custos de tarifas. A montadora estima que os crescentes conflitos comerciais custarão cerca de € 1 bilhão (US$ 1,1 bilhão) aos cofres da empresa neste ano, afirmou o CEO Oliver Zipse. “Se você exagera nas tarifas, isso gera uma espiral negativa para todos os participantes do mercado”, disse.
- Guerra comercial favorece a China. A chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, disse, em entrevista à Bloomberg Television, que o gigante asiático tende a se beneficiar das atuais guerras comerciais entre os EUA e seus aliados. “Quem está rindo à parte é a China”, disse Kallas.
- Mudanças na Gucci. A Kering nomeou Demna Gvasalia, estilista da Balenciaga, para supervisionar a reforma de sua marca de moda Gucci, que tem enfrentado dificuldades. Após o anúncio, as ações da empresa francesa de artigos de luxo caíram 11% em Paris no início da sexta-feira.
🔘 As bolsas ontem (13/03): Dow Jones Industrials (-1,30%), S&P 500 (-1,39%), Nasdaq Composite (-1,96%), Stoxx 600 (-0,15%), Ibovespa (+1,43%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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