Bloomberg Línea — Os futuros de ações dos EUA voltam a subir, ainda que moderadamente, no day after da eleição de Donald Trump, e o dólar perdeu força, enquanto os traders continuaram a mapear o retorno de Donald Trump à Casa Branca e o que isso significa para o caminho das taxas de juros do Federal Reserve.
Os contratos futuros do S&P 500 subiram ligeiramente nesta manhã de quinta-feira (7) após a alta do índice de referência dos EUA na véspera, impulsionada por apostas de que o recém-eleito presidente irá impulsionar a Corporate America por meio de políticas pró-crescimento.
O dólar recuou 0,30% após seu melhor dia desde 2022. Os rendimentos dos Treasuries diminuíram após um aumento generalizado na quarta-feira.
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Os mercados se estabilizam após lidarem com os efeitos mais amplos do que será o governo Trump. Sua vitória leva investidores a avaliar políticas econômicas que poderiam levar a menos cortes de taxas do Federal Reserve, além de uma possível onda republicana que poderia resultar em expansão fiscal.
“O que vimos ontem foi a estratégia do ‘Trump trade’ em ação, mas isso em breve vai evoluir”, disse Arnaud Girod, chefe de economia e estratégia de ativos cruzados da Kepler Cheuvreux em Paris.
“Os rendimentos dos EUA não podem continuar a subir com as ações em alta; minha convicção é que os rendimentos vão se acalmar.”
Hoje também o presidente do Fed, Jerome Powell, enfrentará um teste difícil, já que um segundo mandato de Trump desperta preocupações sobre inflação e volatilidade do mercado.
Espera-se que as autoridades reduzam as taxas de juros em 25 pontos-base, um movimento que ocorrerá logo após o corte de meio ponto em setembro.
“O que os investidores realmente querem saber é: como as políticas fiscais e tarifárias propostas pelo presidente eleito Donald Trump afetarão as perspectivas de taxas do FOMC”, escreveu a economista da Bloomberg Anna Wong em uma nota.
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- Reação na China. Ações subiram 2% nesta quinta com expectativas de que o governo anuncie nos próximos dias novas medidas de estímulo, após o encerramento de um importante encontro legislativo na sexta (8).
- Tensão na Alemanha. Diante de rachas na coalizão governista e uma economia enfraquecida, que levou à demissão do ministro das Finanças, Christian Lindner, na véspera, o primeiro-ministro Olaf Scholz decidiu convocar uma eleição em janeiro que servirá como voto de confiança de seu governo.
- Air France-KLM faz alerta. O grupo aéreo avisou que pressões de salários e manutenção devem levar os custos a subirem 3% neste ano, ante uma previsão anterior de 2%. Tais despesas em alta ajudaram a derrubar o lucro operacional em 12% no terceiro trimestre.
(Com informações de Bloomberg News)