Futuros em NY recuam após China retaliar os EUA com novas tarifas; bitcoin cai 2,75%

“Não acreditamos que as tarifas serão tão prejudiciais quanto temíamos, mas esperamos uma maior volatilidade no curto prazo”, disse Mohit Kumar, economista-chefe da Jefferies International

NO RADAR DOS MERCADOS
04 de Fevereiro, 2025 | 06:58 AM

Bloomberg — Os futuros das ações dos EUA operam em queda nesta terça-feira (4) à medida que os investidores especulam que a resposta da China em relação às tarifas retaliatórias dos EUA poderia ajudar a evitar um cenário pior na crescente guerra comercial.

O governo de Xi Jinping reagiu quase imediatamente após a entrada em vigor das tarifas de 10% dos EUA na terça-feira.

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A resposta pareceu cuidadosamente calibrada para evitar grandes impactos na economia chinesa, ao mesmo tempo em que demonstrava a Trump a capacidade de causar danos em várias frentes. Essa moderação levou a uma reação relativamente contida nos mercados — especialmente porque Trump sinalizou o desejo de conversar com o líder chinês.

Leia também: Acordos de Trump com Canadá e México adiam guerra comercial, por enquanto

Horas antes, o presidente concedeu ao Canadá e ao México um adiamento de última hora em relação a uma tarifa de 25% após conversas entre os líderes. Os adiamentos reforçaram a visão de que Trump vê as tarifas como uma tática de negociação — mas ainda reluta em causar prejuízos econômicos aos americanos.

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“Continuamos com uma perspectiva otimista de médio prazo para ativos de risco, mas estamos ajustando ligeiramente nossa visão de curto prazo devido ao aumento da incerteza”, disse Mohit Kumar, economista-chefe da Jefferies International.

“Não acreditamos que as tarifas serão tão prejudiciais quanto temido, mas esperamos uma maior volatilidade no curto prazo.”

Os contratos do S&P 500 tiveram pouca variação após o índice recuperar a maior parte da queda que se aproximou de 2% na segunda-feira.

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O petróleo West Texas Intermediate caiu até 1,9%, após Pequim impor tarifas sobre o petróleo bruto e o gás natural liquefeito dos EUA. As ações chinesas listadas em Hong Kong ainda registram alta de 3% no dia.

O índice europeu Stoxx 600 oscilou em meio a uma série de balanços corporativos mistos. Com empresas que representam cerca de um quarto da capitalização do mercado europeu já tendo reportado seus resultados, 11% superaram as expectativas de lucro e 55% de receita, segundo o Morgan Stanley.

As ações do UBS Group subiram na terça-feira, após o banco suíço anunciar um programa de recompra de ações de US$ 3 bilhões. O BNP Paribas também avançou após divulgar um aumento na receita de negociações. Já a Vodafone Group caiu, depois que a empresa de telecomunicações mencionou o agravamento das condições na Alemanha.

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Enquanto isso, o presidente do Federal Reserve Bank de Chicago, Austan Goolsbee, disse que o banco central deve agir com mais cautela ao reduzir os custos de empréstimos, diante da crescente incerteza introduzida pelo governo Trump. Outros dirigentes do Fed, como Raphael Bostic, Mary Daly e Philip Jefferson, devem discursar ainda nesta terça.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de terça-feira (4):

- A resposta chinesa contra Trump. O gigante asiático anunciou tarifas sobre o setor de energia dos EUA e uma investigação sobre o Google, em um movimento de retaliação após a entrada em vigor das novas taxas do presidente Donald Trump.

- O impacto da guerra comercial na Diageo. A fabricante do uísque Johnnie Walker retirou sua perspectiva de crescimento orgânico das vendas líquidas em razão das tarifas planejadas pelos EUA sobre o México e o Canadá, disse a CEO Debra Crew.

- A estratégia do UBS Group. O lucro líquido do banco no quarto trimestre de 2024 foi de US$ 770 milhões e superou as expectativas, segundo comunicado divulgado nesta terça. O banco também anunciou um plano de recompra de ações de até US$ 3 bilhões este ano.

Ações globais 04/02/25
🔘 As bolsas ontem (03/02): Dow Jones Industrials (-0,28%), S&P 500 (-0,76%), Nasdaq Composite (-1,20%), Stoxx 600 (-0,87%), Ibovespa (-0,13%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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