Futuros em NY operam em queda com temor de recessão nos EUA

“A incerteza talvez tenha contribuído para que os futuros do S&P e do Nasdaq devolvessem os ganhos de ontem”, disse Jim Reid, chefe global de pesquisa do Deutsche Bank à Bloomberg News

NO RADAR DOS MERCADOS
13 de Março, 2025 | 06:51 AM

Bloomberg — Os futuros das ações dos EUA operam em queda nesta quinta-feira (13) à medida que as preocupações sobre se os legisladores em Washington evitarão uma paralisação do governo no fim de semana aumentaram a incerteza em relação às perspectivas para a economia americana.

Os contratos do S&P 500 recuaram 0,6% e os do Nasdaq 100 caíram 0,8%, após os ganhos em Wall Street na quarta-feira, impulsionados por um índice de inflação mais brando do que o esperado. O índice Stoxx 600 da Europa teve pouca variação. As ações asiáticas recuaram.

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O líder democrata do Senado dos EUA, Chuck Schumer, disse que seu partido bloquearia um projeto de lei de gastos republicano para evitar uma paralisação do governo no sábado e instou o Partido Republicano a aceitar um plano democrata para fornecer financiamento até 11 de abril.

O impasse adiciona uma camada extra de preocupação para os investidores, que já enfrentam uma taxa de desemprego mais alta, cortes de empregos no funcionalismo público e a crescente guerra tarifária do ex-presidente Donald Trump.

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“O próximo obstáculo é uma possível paralisação do governo dos EUA neste sábado”, disse Jim Reid, chefe global de pesquisa macroeconômica e estratégia temática do Deutsche Bank.

“Veremos se um acordo pode ser alcançado. A incerteza talvez tenha contribuído para que os futuros do S&P e do Nasdaq devolvessem os ganhos de ontem.”

O risco de uma paralisação do governo dos EUA surge em um momento em que os mercados financeiros estão sensíveis a novas turbulências. Duas semanas de alta volatilidade já causaram perdas para os investidores e levaram estrategistas de Wall Street a reduzir suas projeções para as ações americanas, enquanto o Federal Reserve mantém uma postura cautelosa em relação a cortes nas taxas de juros.

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“Uma transição oportuna para um pacote de cortes de impostos será bastante importante para o mercado, considerando o humor negativo dos investidores diante de várias ameaças tarifárias”, disse Homin Lee, estrategista macro sênior da Lombard Odier.

“Portanto, qualquer revés legislativo, como uma paralisação, que prejudique essa expectativa pode se tornar um problema.”

Veja a seguir outros destaques desta manhã de quinta-feira (13):

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- Budweiser prepara cortes. A empresa planeja cortar milhares de empregos como parte de uma estratégia para reduzir os custos operacionais em cerca de 15% este ano, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. A China será a mais afetada pelo plano.

- Os planos do novo CEO da Intel. O novo executivo à frente da big tech, Lip-Bu Tan, sinalizou, em carta enviada aos funcionários, que continuará com o plano de seu antecessor de fabricar chips para outras empresas, mesmo enquanto promete aprender com erros do passado.

- Nova fronteira para o ouro. O crescente apelo do metal como ativo de segurança pode levá-lo a um recorde de US$ 3.500 por onça no terceiro trimestre, disseram analistas da gestora Macquarie. O ouro já subiu 12% este ano, impulsionado por incertezas geopolíticas e pelas tarifas de Trump.

Ações globais 13/03/25
🔘 As bolsas ontem (12/03): Dow Jones Industrials (-0,20%), S&P 500 (+0,49%), Nasdaq Composite (+1,22%), Stoxx 600 (+0,81%), Ibovespa (+0,29%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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