Força da economia dos EUA pode levar a alta de juro, diz Larry Fink

CEO da BlackRock, maior gestora do mundo, avalia que o Federal Reserve pode ter de recorrer a um novo aperto monetário depois de reduzir as taxas diante da resiliência da economia

Larry Fink
Por Leonard Kehnscherper
24 de Janeiro, 2025 | 02:48 PM

Bloomberg — A força da economia dos Estados Unidos tem levado Larry Fink, CEO da BlackRock, a se perguntar se o Federal Reserve pode ter de recorrer ao aumento das taxas de juros mais tarde, após uma flexibilização no curto prazo.

“Não estou pedindo isso”, afirmou Fink durante um painel no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, nesta sexta-feira (24). “Eu vejo probabilidades” de um aumento de juros em algum momento além dos próximos 12 meses, aproximadamente, mas ele alertou que tal cenário não era seu “prognóstico principal”.

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“A economia está muito forte”, disse. “Foi muito forte no quarto trimestre, e a evidência que estamos ouvindo de diferentes corporações é que os negócios já estão fortes no primeiro trimestre.”

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No curto prazo, o Fed ainda tem espaço para reduzir as taxas, afirmou Fink, acrescentando que os dados econômicos dos próximos meses ajudarão a determinar isso.

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O mercado de títulos sinaliza que a inflação pode ser “mais alta do que pensamos”, e com a escassez de mão de obra elevando os salários, a curva de rendimentos provavelmente ficará mais inclinada, pontuou Fink.

Sobre a Europa, Fink afirmou que o continente é pessimista demais em relação às perspectivas econômicas. “Quero dizer, vejo todos os problemas na Europa, mas acredito que o pessimismo é muito grande”, disse Fink. “Acredito que provavelmente é hora de voltar a investir na Europa.”

No entanto, há muitas coisas que a Europa precisa fazer primeiro, disse o CEO da BlackRock. “Ela precisa de uma união bancária e uma união dos mercados de capitais. A Europa é um mito. É um belo mito, mas não está funcionando”, declarou Fink. “Para ser otimista, você tem que admitir seus problemas.”

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Outros participantes do painel incluíram Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, Tharman Shanmugaratnam, presidente de Singapura, e Faisal Alibrahim, ministro da Economia e Planejamento da Arábia Saudita.

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