Fidelity reduz posições no Brasil e vai às compras de Treasuries

Preços dos títulos americanos têm caído à medida que os yields dos vencimentos sobem. No radar estão o risco menor de recessão e a alta de leilões do Tesouro

Preços dos títulos americanos têm caído à medida que os yields dos vencimentos sobem
Por Ruth Carson
22 de Agosto, 2023 | 12:42 PM

Bloomberg — A Fidelity International foi às compras de títulos do Tesouro americano e tem apetite para mais, à medida que os investidores se posicionam para taxas de juros altas por mais tempo nos EUA.

George Efstathopoulos, que ajuda a administrar o Global Multi Asset Income Fund de US$ 6,6 bilhões, comprou Treasuries de 30 anos na semana passada, quando os rendimentos no maior mercado de títulos do mundo dispararam para níveis vistos pela última vez em 2011.

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O fundo está realizando lucros em algumas posições compradas em juros no Brasil para custear as compras de Treasuries, disse Efstathopoulos, e ainda tem capacidade para dobrar seus investimentos em dívida de longo prazo do governo americano, de sua alocação atual de cerca de 3,5%, disse o gestor.

“Qual é o básico do investimento em títulos? É comprar quando os rendimentos reais estão positivos”, disse Efstathopoulos, baseado em Singapura, referindo-se à diferença entre os yields dos Treasuries e a taxa de inflação.

Os otimistas do mercado de Treasuries que tinham os títulos em carteira sofreram perdas pesadas nas últimas semanas, diante de dados econômicos robustos que diminuíram as expectativas de que a economia dos EUA entrará em recessão.

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Os Treasuries costumam se valorizar — e os yields caem — quando a economia caminha para uma recessão porque os investidores antecipam cortes de juros, usam os títulos para se proteger de uma queda de ativos de risco e o temor de depreciação pela inflação diminui.

Mas à medida que uma recessão nos EUA é cada vez menos esperada e o Tesouro americano aumenta as emissões, os investidores elevaram os rendimentos que exigem para comprar a dívida. Eles fazem isso pagando menos pelos títulos. Assim, o preço deles cai no mercado.

A Fidelity não é a única que aposta em uma reversão da derrocada dos Treasuries. A JPMorgan Asset Management adotou uma estratégia de comprar cada vez que os preços dos títulos afundam — enquanto os yields disparam. A Allianz adotou exposição alta (overweight) aos títulos longos.

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O yield de 30 anos da dívida americana atingiu 4,47% na segunda-feira, o rendimento mais alto desde abril de 2011, enquanto os rendimentos dos títulos indexados à inflação com vencimento semelhante atingiram 2,14%, um nível visto pela última vez há mais de uma década.

A política monetária dos EUA “se tornará mais restritiva simplesmente porque a inflação cairá”, disse ele, se referindo à alta dos juros reais quando a inflação cai. “A probabilidade de recessão no geral provavelmente aumentará como resultado disso e, novamente, será uma ótima situação para deter Treasuries.”

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