Fed mantém juros pela 3ª vez e indica corte de 0,75 ponto em 2024

Decisão do Banco Central americano veio em linha com o esperado por economistas de Wall Street; bolsas sobem após a decisão

El eslogan de Wall Street fue que 2023 era el año del bono.
13 de Dezembro, 2023 | 04:15 PM

Bloomberg Línea — O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve, decidiu manter inalterada nesta quarta-feira (13) a taxa de juros dos Estados Unidos no patamar de 5,25% a 5,50% ao ano. A expectativa de uma manutenção, a terceira consecutiva, era consensual entre economistas de Wall Street.

Nas projeções divulgadas pela entidade, os diretores do Fed agora esperam uma redução de 0,75 ponto porcentual na taxa de juros até o fim de 2024, um corte maior do que o projetado em setembro.

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O Fed também deu o sinal mais claro até agora de que o ciclo de alta terminou. Pela primeira vez, nenhum membro do Fomc apontou a necessidade de taxas de juros mais elevadas.

Segundo o “dot plot” (gráfico com as projeções de cada integrante do comitê para o fim de dado ano), os membros do Fed esperam que a taxa de juros chegue a 4,6% em 2024 (mediana), ante 5,1% da projeção anterior. A maioria dos diretores vê a taxa entre 4,25% e 5% para o ano que vem, enquanto somente dois apontam a necessidade de manter os juros no mesmo patamar atual.

No comunicado divulgado junto com a decisão, o Fomc afirmou que a inflação retrocedeu no último ano, mas continua elevada, o que exige que o comitê se mantenha “altamente atento” aos riscos inflacionários. O comunicado também aponta que os ganhos no mercado de trabalho estão mais moderados em relação ao início do ano, mas continuam fortes e a taxa de desemprego segue baixa.

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“O Comitê continuará a avaliar informações adicionais e suas implicações para a política monetária. Ao determinar a extensão de qualquer endurecimento adicional da política que possa ser apropriado para devolver a inflação a 2 por cento ao longo do tempo, o Comitê levará em consideração o aperto cumulativo da política monetária, o tempo necessário para a política monetária afetar a atividade econômica e a inflação, bem como os desenvolvimentos econômicos e financeiros”, afirma o comunicado do Fed.

Após a decisão, os índices acionários dos EUA, que estavam perto da estabilidade, passaram a avançar. Por volta das 16h09 (horário de Brasília), o S&P 500 subia 0,64%, enquanto o Nasdaq 100, com grande exposição ao setor de tecnologia, tinha alta de 0,62%. O dólar ampliou a queda para R$ 4,94 (-0,41%) e o Ibovespa (IBOV) acelerou os ganhos para 0,53%.

Na reunião anterior, em novembro, o banco central americano sinalizou que o aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro poderia pesar sobre o desempenho da economia e da inflação.

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Alguns integrantes da autoridade monetária, inclusive, disseram que o aumento nos rendimentos dos Treasuries de longo prazo poderia reduzir a necessidade de novas altas nas taxas.

Discurso de Powell

Depois da decisão do Fomc, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que a inflação diminuiu, mas ainda está muito alta. “As leituras mais baixas de inflação nos últimos meses são bem-vindas, mas precisaremos ver mais evidências para ter confiança de que a inflação está no caminho certo”, destacou Powell em uma coletiva de imprensa na quarta-feira em Washington.

Na terça-feira (12), o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA teve alta de 0,1% em novembro, após ter ficado estável no mês anterior.

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Já o núcleo do CPI (medida que desconsidera preços de itens mais voláteis como alimentos e energia) subiu 0,3% no mês, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Departamento do Trabalho americano.

O núcleo é uma das principais medidas acompanhadas pelo Federal Reserve em sua decisão de política monetária. Isso porque fornece indicações mais precisas sobre a variação dos preços no país.

-- Com informações da Bloomberg News. Texto atualizado para incluir as informações das projeções e da entrevista de Powell

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.