Euro cai após eleições na França e antes de semana movimentada nos mercados globais

Entre os índices acionários, os futuros da Ásia apontam para uma abertura mista na segunda-feira (8), com uma série de dados nos EUA no radar nos próximos dias

O euro caiu até 0,4% após a liderança do partido Nova Frente Popular no número de assentos no Parlamento francês
Por Matthew Burgess
07 de Julho, 2024 | 08:14 PM

Bloomberg — O euro caiu no início do pregão, depois que a apuração das urnas nas eleições legislativas na França mostrou a vitória do partido de esqueda neste domingo (7). Na Ásia, as ações apontam para uma abertura mista em uma semana crucial para os mercados globais.

O euro caiu até 0,4% após a liderança do partido Nova Frente Popular no número de assentos no Parlamento francês, com o Reunião Nacional, de extrema direita de Marine Le Pen – que era amplamente esperado para ganhar o maior número de assentos – ficando em terceiro lugar, depois da aliança centrista do presidente Emmanuel Macron.

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O NFP prometeu um grande aumento nos gastos públicos, no salário mínimo e um corte na idade de aposentadoria, medidas que provocariam um grande confronto com a União Europeia.

Leia também: Quem é Jean-Luc Melenchon, líder de esquerda que venceu as eleições na França

“A demonstração de apoio à esquerda/extrema-esquerda e os apelos do líder da extrema-esquerda, Melenchon, para aprovar toda a agenda do NFP perturbarão alguns investidores”, escreveu Krishna Guha, estrategista da Evercore ISI, em uma nota aos clientes.

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“Mas vemos o resultado como amplamente favorável ao mercado, com os riscos relacionados ao Reunião Nacional desaparecendo por enquanto e o NFP devendo ficar muito aquém de uma maioria, essencialmente sem nenhuma perspectiva de ser capaz de promulgar sua agenda de aliança acordada.”

 Euro cai com preocupações sobre cenário fiscal na França

Enquanto isso, as ações asiáticas têm um início misto. As falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Congresso e os dados de inflação dos Estados Unidos chegam no final desta semana.

Os investidores estarão atentos a esses dois eventos para solidificar as apostas de que a flexibilização da política monetária poderá começar já em setembro, em meio a sinais de que a economia dos EUA está caindo após dados de empregos fracos.

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Na Austrália e na China, os futuros de ações sugerem que os mercados devem cair no início das negociações, enquanto os do Japão indicam um ganho inicial após o fortalecimento do iene.

Em Wall Street, os futuros de ações caíram depois que o índice de referência S&P 500 subiu 0,5% na sexta-feira (5), fechando em um novo recorde, com os traders procurando sinais de desaceleração.

As folhas de pagamento não agrícolas aumentaram em 206.000 em junho e o crescimento do emprego nos dois meses anteriores foi revisado para baixo em 111.000. A previsão mediana em uma pesquisa da Bloomberg com economistas indicava um aumento de 190.000. A taxa de desemprego subiu para 4,1%, a mais alta desde 2021, e os ganhos médios por hora esfriaram.

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Ainda nos EUA, o presidente Joe Biden enfrenta uma nova rodada de ameaças de membros de seu próprio partido, enquanto tenta salvar sua candidatura à reeleição, que está em apuros, e se defende dos apelos dos legisladores democratas para se afastar da corrida eleitoral.

Nesta semana, os investidores estarão atentos às decisões sobre taxas de juros na Nova Zelândia e na Coreia do Sul, bem como aos dados de inflação na América do Sul e nos EUA.

Os lucros dos principais bancos dos EUA, incluindo o JPMorgan (JPM), devem ser divulgados, enquanto Powell deve prestar seu depoimento semestral no Capitólio na terça-feira (9), seguido por uma série de discursos de membros do Federal Reserve.

-- Com a colaboração de Michael G. Wilson.

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