Estrangeiros trazem R$ 10 bilhões para a bolsa brasileira com sinal de corte do Fed

Agosto foi o segundo mês consecutivo com entrada líquida de recursos estrangeiros para ações do país, segundo dados da B3

B3
Por Barbara Nascimento - Leda Alvim
03 de Setembro, 2024 | 01:20 PM

Bloomberg — Os investidores estrangeiros aumentaram as compras de ações brasileiras e marcaram em agosto o segundo mês consecutivo de entrada de recursos para o país, depois de um primeiro semestre de saídas expressivas.

No mês passado, estrangeiros adquiriram R$ 10 bilhões em papéis na bolsa brasileira, de acordo com dados da B3 (B3SA3), o maior número desde dezembro.

Mais do que um aumento da atratividade doméstica, o retorno desses investidores responde a uma busca por ativos de maior risco em emergentes diante da sinalização do Federal Reserve, o banco central dos EUA, de que cortará juros a partir da reunião de setembro.

“O catalisador primordial é o cenário lá fora”, disse Jennie Li, estrategista de ações da XP.

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Apenas na sessão marcada pelo discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole, em que selou que “chegou a hora” de um corte de juros, R$ 1,34 bilhão de dinheiro estrangeiro entrou na bolsa brasileira.

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Foreigners Plow Billions Into Brazil's Stock Market | Local stocks see BRL10 billion reais in inflows in August

Embora o ciclo de flexibilização do Fed prometa impulsionar o mercado de ações, a volatilidade recente do câmbio doméstico e a perspectiva de alta da Selic podem diminuir o apetite dos investidores por ativos locais.

“É difícil dizer por quanto tempo ainda durará o fluxo estrangeiro, mas o fato é que o cenário está mais favorável para os países emergentes, como o Brasil, após a sequência de dados mais brandos nos EUA”, disse Diego Carvalho, sócio e diretor de renda variável do Bahia Asset Management.

Além do sentimento positivo dos mercados globais, os analistas citam que o valor das empresas historicamente baratos frente à média histórica e um cenário corporativo sólido ajudam a bolsa local. O Ibovespa subiu 6,5% em agosto.

Para estender o fluxo positivo e os ganhos do índice “precisamos que os investidores globais tenham confiança no Brasil, o que requer, em parte, uma moeda estável”, diz Josh Rubin, gestor na Thornburg Investment Management.

“E precisamos que os investidores locais tenham mais interesse em ações, o que requer um ambiente de taxas de juros em queda”, completa.

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