Este gestor bateu 90% dos pares. E alerta sobre o fim da alta do juro nos EUA

Daniel Ivascyn, CIO da Pimco, diz que mesmo que o Fed encerre o ciclo de aperto monetário, hipótese de aumento das taxas vai persistir por algum tempo. E cita os preços de imóveis

Por

Bloomberg — Dezesseis meses após o Federal Reserve ter começado seu ciclo de aumento de juros mais agressivo em quatro décadas, os mercados respiram aliviados com a expectativa de que o banco central americano pode - finalmente - ter chegado ao fim do aperto monetário.

Na Pimco, no entanto, o CIO (executivo-chefe de investimentos) Daniel Ivascyn disse que os investidores deveriam lembrar que isso não é uma certeza. A casa tem cerca de US$ 1,8 trilhão sob gestão.

O gestor disse que não é do contra, desafiando o consenso mais amplo de que o banco central está próximo do fim de sua campanha de aperto. Mas alertou que o Fed pode aumentar os juros novamente em setembro se os dados de inflação apoiarem isso, disse ele, embora tenha avaliado as chances estão “perto de um cara ou coroa”.

E mesmo que o Fed mantenha a taxa básica estável na próxima reunião, o risco de aumentos de juros provavelmente persistirá por algum tempo, disse.

Um dos motivos é que o mercado imobiliário residencial permanece robusto (veja gráfico abaixo), apesar do salto acentuado dos juros, em parte porque muitos mutuários garantiram taxas baixas antes do aperto. Os preços elevados dos imóveis podem continuar afetando os aluguéis, o que pressiona os índices de inflação para cima.

“Existe uma chance de a inflação permanecer estável e acima das metas do banco central”, disse Ivascyn, co-gestor do Pimco Income Fund, de US$ 124 bilhões de patrimônio, que superou cerca de 90% de seus pares em 2023 e nos últimos cinco anos. “Será perigoso achar que eles terminaram.”

Ivascyn disse que o impacto das medidas do Fed foi atenuado porque muitas famílias e empresas tomaram empréstimos durante a pandemia, a juros baixos, que deram aos proprietários pouco incentivo para vender, contribuindo para uma escassez que pressiona os preços para cima.

Veja mais em bloomberg.com

Leia também

Por que o corte de juros na América Latina chega tarde para parte do mercado

©2023 Bloomberg L.P.