Bloomberg — Barry Bannister foi um dos poucos estrategistas de Wall Street que previu no início de 2023 corretamente a recuperação das ações dos EUA neste ano. Agora, o managing director da Stifel, um veterano de Wall Street que já ganhou muitos prêmios no mercado, diz que isso é o melhor possível a esperar.
A alta perto de 15% S&P 500 no primeiro semestre pegou muitos investidores de surpresa, superando até mesmo a previsão otimista de Bannister de 4.300 pontos até meados do ano.
Embora as apostas de um fim iminente das altas das taxas de juros tenham mantido os ganhos em julho, Bannister prevê que a inflação será mais rígida do que alguns esperam.
“Eu diria que há um risco decente de uma recessão em janeiro de 2024″, disse ele durante uma call nesta quinta-feira (13), prevendo que o S&P 500 “se nivelará” em torno de 4.400 neste ano. “Acho que a inflação está presa conosco por um tempo em um nível mais alto do que costumava ser.”
A decisão de Bannister foi contrária no início de 2023, quando a maioria dos estrategistas se preocupou com uma recessão e previu um primeiro semestre difícil, seguido por uma recuperação no segundo semestre devido a uma possível guinada do Federal Reserve.
A maioria acabou sendo pega de surpresa pela resiliência da economia dos EUA e pelo crescimento dos lucros, bem como pela alta impulsionada pela Inteligência Artificial nas grandes ações de tecnologia.
O S&P 500 acabou subindo 16% no primeiro semestre do ano, o melhor retorno para o período desde 2019. E, embora o arrefecimento da inflação em junho, revelada nesta semana, tenha impulsionado ainda mais os mercados, as perspectivas podem ser mais desafiadoras daqui para frente: alertas crescentes sobre os lucros e dados econômicos mistos sinalizam que o pior dos danos pode não ter acabado.
Bannister tem apostado em ações de setores como indústria, materiais básicos, financeiro e transporte para superar o segundo semestre, mudando o foco das big techs.
Embora os EUA tenham até agora evitado a recessão temida por muitos em 2023, ele a vê como um risco em 2024, chamando o consenso para os lucros futuros no próximo ano de muito otimistas.
“O que estamos fazendo é apostar em ações de valor cíclicas superando as de crescimento cíclicas”, disse Bannister.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Real está entre os maiores beneficiários da queda do dólar, dizem gestores
Fundo soberano saudita tem perda de US$ 11 bi com queda de ativos globais