Esta trading japonesa atraiu de Warren Buffett ao fundo ativista Elliot

Investimento do fundo de Paul Singer na Sumitomo é de ‘várias dezenas de bilhões de ienes’, disse uma fonte à Bloomberg News, e um dos objetivos seria ajudar a gerar mais valor a acionistas

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Bloomberg — A Elliott Management, um conhecido fundo ativista fundado por Paul Singer, adquiriu uma participação “grande” na Sumitomo, uma das trading companies japonesas favoritas de Warren Buffett, segundo uma fonte familiarizada com o assunto que falou à Bloomberg Línea.

O valor do investimento do grupo é de “várias dezenas de bilhões de ienes”, informou a fonte, pedindo para não ser identificada porque a transação ainda não foi divulgada publicamente.

Cada 10 bilhões de ienes (cerca de US$ 63 milhões) investidos equivalem a uma participação de 0,2% na Sumitomo, com base no preço de fechamento de 3.909 ienes na última sexta-feira (26).

O Japão tem sido um dos mercados mais atrativos para investidores ativistas, com o governo e instituições como a Bolsa de Valores de Tóquio pedindo às empresas que gerenciem melhor os balanços e revisem estratégias de negócios para aumentar o retorno aos acionistas.

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A Elliott, do bilionário Paul Singer, recentemente focou na empresa de desenvolvimento imobiliário Mitsui Fudosan, após já ter visado empresas como Toshiba, SoftBank (SFTBY) e Dai Nippon Printing.

A Elliott tem dialogado com a Sumitomo e compartilhado visões sobre formas de criar valor para os acionistas, disse a pessoa familiar ao assunto para a Bloomberg News. Não está claro quando o fundo acumulou sua participação na Sumitomo ou quando ocorreram as discussões.

Um representante da Elliott recusou-se a comentar, enquanto a Sumitomo afirmou que não fala sobre acionistas.

As ações das trading companies japonesas, conhecidas localmente como Sogo Shosha, dispararam para níveis recordes desde que Buffett afirmou, há um ano, que aumentaria suas participações nelas. São grupos empresariais com atuação diversificada.

Em fevereiro, Buffett disse em carta aos investidores que essas empresas seguem políticas favoráveis aos acionistas que são “superiores” às praticadas nos Estados Unidos. As ações da Sumitomo alcançaram o maior patamar na semana passada, com uma alta de 27% neste ano.

A Berkshire Hathaway (BRK/A) detém cerca de 8,3% da Sumitomo, segundo dados compilados pelo Bloomberg. Também investe em outras firmas comerciais como Mitsubishi, Mitsui & Co., Itochu e Marubeni e afirmou que espera eventualmente possuir 9,9% de cada uma delas.

A Sumitomo é a quarta maior trading company do Japão, com um valor de mercado de 4,8 trilhões de ienes, conforme dados compilados pelo Bloomberg.

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Ela possui um índice preço da ação-valor patrimonial (P/BV) de 1,1x e um índice preço-lucro (P/L) estimado para os próximos 12 meses de 9,5x, ambos os mais baixos entre seus pares.

Os resultados fiscais de 2023 da Sumitomo serão divulgados nesta quinta-feira (2), quando a empresa também deve revelar seu plano de negócios de médio prazo.

Os pares da Sumitomo também tiveram alta das ações devido também ao retorno ao acionista. Em fevereiro, a Mitsubishi anunciou uma recompra de até 10% de suas ações por 500 bilhões de ienes, enquanto a Itochu afirmou em abril que planeja recomprar cerca de 150 bilhões de ienes em ações.

O ativismo de acionistas tem impulsionado o mercado de ações japonês, contribuindo para uma alta recorde.

A Mitsui Fudosan anunciou um plano em abril para vender ativos e aumentar as recompras, dois meses após a notícia da participação da Elliott na empresa. A Dai Nippon Printing anunciou sua maior recompra de ações em março de 2023, após pressão do fundo ativista.

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