Bloomberg — Por mais de um mês, as “cinco grandes” empresas de petróleo estiveram livres de classificações de venda por analistas. Não mais.
A BP foi rebaixada da posição de neutra pelo JPMorgan nesta quarta-feira (1º), o que a distingue das empresas concorrentes Chevron, Exxon, Shell e Total, nenhuma delas com recomendação de venda ou equivalente.
A classificação negativa, a primeira desde que a TotalEnergies foi elevada pela Mediobanca SpA em setembro, ocorre um dia após o que o analista da JPMorgan, Christyan Malek, descreveu como uma “substancial” queda nos lucros do terceiro trimestre. Ele também apontou um valuation “pouco atraente”, bem como um enfraquecimento do ímpeto de recompra de ações.
As ações caíram até 2,8% para uma mínima de dois meses nesta quarta, estendendo a queda de 4,6% de terça-feira, depois que os resultados mostraram fraquezas na negociação de gás.
Para a BP, é a primeira recomendação de venda ou equivalente desde abril. As ações ainda têm 17 recomendações de compra e oito de manutenção, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Embora as ações ainda estejam em território positivo no ano, em linha com o ganho de 3,4% do Stoxx 600 Energy Index, elas caíram 11% nas últimas duas semanas, em meio a uma queda no preço do petróleo bruto e à possibilidade de as principais empresas de petróleo europeias ficarem para trás das concorrentes americanas em meio a uma onda de negociações.
A BP também sofre com a perda de diversos executivos de alto perfil, incluindo a surpreendente saída do CEO Bernard Looney em setembro, o que levanta dúvidas sobre a estratégia da empresa para o futuro.
Para Christyan Malek, da JPMorgan, esta é a primeira vez que ele emite uma classificação negativa para a ação, de acordo com dados que remontam a 2016. Ele tem uma “preferência clara” por Shell e TotalEnergies entre as grandes empresas europeias, classificando ambas como com peso adicional, conforme escreveu na nota.
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