Bloomberg — É cedo demais para o Federal Reserve declarar que conseguiu um pouso suave da economia americana, e os ótimos dados recentes de inflação ainda podem ser seguidos por um ambiente mais desafiador este ano, disse o renomado economista e investidor Mohamed El-Erian.
O desempenho da maior economia do mundo no terceiro e quarto trimestres foi “notável”, disse El-Erian, presidente do Queens’ College de Cambridge e ex-CEO da Pimco, em entrevista à TV Bloomberg. Mas “o grande risco para o governo é que a economia se enfraqueça este ano porque alguns dos motores do crescimento do ano passado já não estão presentes e, em segundo lugar, que a inflação pare de cair.”
Segundo El-Erian, que também é colunista da Bloomberg Opinion, três riscos específicos podem comprometer um pouso suave: perturbações na cadeia de abastecimento global, pressão crescente sobre os consumidores à medida que suas poupanças diminuem, e uma trajetória mais difícil do que o esperado de queda da inflação.
“Precisamos que a inflação continue caindo”, disse ele. “O mercado espera que isso ocorra de uma forma muito mais ordenada do que imagino que aconteça, infelizmente.”
El-Erian reiterou sua previsão de que o Federal Reserve esperará para reduzir juros até às reuniões de junho ou julho, apesar de o mercado precificar quase 50% de probabilidade de um corte já em março.
Em dezembro, a previsão mediana do banco central americano sinalizava três cortes de 0,25 ponto percentual em 2024. Os juros futuros apontam para cerca de 1,35 ponto percentual de flexibilização, ou seja, cinco cortes de 0,25 inteiramente precificados, com chance de um sexto.
“Este é um momento confuso”, disse o economista, acrescentando que a sinalização futura do Fed “perdeu sua força”.
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